quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

Penis Passion

 
bell hooks (foto acima) é uma de minhas feministas negras prediletas. Há mais ou menos dez anos atrás tive o prazer de ter meu primeiro contato com seus escritos através da leitura de um ensaio no qual ela defendia a necessidade de uma vida simples, aveza a impulsos consumistas. Fui apresentado ao texto dela que segue abaixo ano passado por intermédio de minha amiga Fabiana Lima e desde então passei a nutrir a vontade de traduzi-lo para postar aqui no blog.  Eis que é chegada a hora. A versão em inglês do texto pode ser lida AQUI Decidi por não completar esse post com imagens, uma vez que penso que o texto pede uma reflexão conjunta a um esforço de visualização de imagens realizada por cada leitor/a individualmente. Também optei por manter o título original e alguns termos, mais complicados de se encontrar similares em português, em inglês.

Muita Paz e Boa Leitura!


PENIS PASSION

bell hooks argumenta que nossas vidas melhoram quando homens e mulheres podem celebrar o pênis de formas que não apoiem estereótipos machistas.

Trabalhando num poema inspirado pela alegria de fazer sexo no menor estúdio do mundo sentada sobre um velha poltrona pintada de vermelho onde passo a maior do tempo escrevendo, busco por palavras para descrever a sensação de sentar ao colo da doce luxúria movendo meu corpo para trás e para frente contra o delicioso, quente e úmido pênis de meu amante A. Entre os pênis que vi e toquei neste mundo, o dele é que me dá maior sensação de prazer. No entanto, é difícil encontrar palavras para descrever o prazer que sinto que não perpetuem o convencional pensamento sexista sobre o pênis.

Mulheres encontrando e expressando prazer no corpo masculino durante muito tempo foi um tabu completo. Antes do movimento feminista e da liberação sexual contemporâneos, nós mulheres não falávamos muito a respeito de nossos sentimentos sobre o pênis. Sem dúvida então que quando nós finalmente demos a nós mesmas permissão para falar o que quiséssemos sobre o corpo masculino – sobre a sexualidade masculina – nós ficávamos ou em silêncio ou meramente ecoávamos narrativas que já estavam em uso.

No final dos anos 60 e início dos 70, mulheres heterossexuais ativas no movimento feminista falavam frequentemente de forma corajosa e orgulhosamente sobre o pênis, usando a mesma linguagem de conquista sexista que homens usavam quando falavam de suas caçadas sexuais. Naqueles dias nos grupos de elevação da consciência feminista, nós não somente conversávamos a respeito de como mulheres tinham se tornado mais confortáveis com palavras como “boceta” e “xoxota”. Desse modo, homens não poderiam nos estarrecer ou nos envergonhar ao manejar essas palavras como armas, nós também tínhamos que ser hábeis em falar sobre “paus” e “pintos” com a mesma facilidade. A liberação sexual já tinha nos dito que se quiséssemos satisfazer um homem tínhamos que nos tornar confortáveis com “chupetas”, de ir fundo com o pau em nossa garganta até o ponto que machucasse. Desistindo de nossa agência sexual, tínhamos que aceitar a dor a fingir que ela era na verdade prazer.

Intervenções feministas sobre a questão da sexualidade, junto com sofisticadas formas controle de natalidade, mudaram isto. Era dito as mulheres que queriam ficar com homens que nós tínhamos o direito de definir o lugar do prazer para nós e a vontade de afirmar nossos direitos sexuais. Isto nos fez entender que não tínhamos que consentir com a força ou fingir apreciar dor. Isto nos fez entender que o pênis não era uma cobra de um olho só saindo do bolso de uma calça no jardim do júbilo sexual, ameaçando transformar nossos corpos em um lugar em que a dor define, penetra e pune. Não precisávamos vê-lo [o pênis] como inimigo.

Como muitas jovens que chegaram à idade naquele intenso e extasiante momento quando liberação sexual e movimento feminista convergiram, eu também deixei de lado o medo do pênis que assombrou minha infância. Esses medos estavam enraizados não em inveja do pênis ou do corpo masculino, mas na raiva de que ele tinha que ser temido. Naqueles dias a mensagem sobre o corpo masculino que mulheres recebiam alto e claro era que, quisessem ou não, a penetração poderia mudar a vida de uma garota para sempre. Ela nunca mais seria a mesma; ela nunca seria boa/pura outra vez. Lembro-me da pura felicidade que o controle de natalidade nos ofereceu. Ele significava que não tínhamos que temer o pênis. Podíamos aceitar nossa curiosidade sobre ele, nossas dúvidas e nossa paixão.

Quando garotinha eu pensava no pênis como uma varinha mágica. Mágica porque ele poderia se mover e mudar a sua forma; sementes poderiam sair dele e chegariam a vida dentro do corpo de uma mulher. Eu só tinha visto o pênis de um bebê – não era inveja que eu sentia, mas curiosidade. Eu temia por ele e sua varinha mágica, tão exposta, tão fácil de ferir e machucar. E como tantas garotas já testemunharam, eu estava aliviada que meus genitais femininos não eram para fora, expostos, visíveis.

Este senso de fascinação e apreciação infantil do pênis mudou quando avisos sobre o perigo sexual e a ameaça que o corpo masculino destruiria a inocência feminina tornou-se a norma.  Naqueles dias não havia nenhuma discussão sobre paixão feminina. Em meu imaginário sexual a varinha se transformou em arma, somente homens a usavam para nos rebaixar, nos destruir.

Sem dúvida que mulheres se maravilharam quando controle de natalidade e a insistência feminista sobre agência sexual feminina tornaram possível para nós refletir sobre o pênis de uma nova forma. Nós podíamos vê-lo como  um instrumento de poder e/ou prazer. Podíamos nos abaixar entre pernas masculinas, nos abandonarmos em mistérios e levantarmos saciadas e satisfeitas com o entendimento que podíamos dar e receber prazer sexual. Podíamos expressar nosso incomodo em expressões como “chupetas” (blow job), a qual assumia que toda vez que chupássemos um pinto isso era uma espécie de trabalho que fazíamos somente para agradar aos homens.

Uma geração posterior, mulheres vivendo na nova cultura de liberdade que o feminismo e a liberação sexual produziram, iriam de início abordar o pênis ausentes de medo. Escrevendo sobre a chegada ao poder sexual na sua puberdade em Promiscuities, Naomi Wolf se recorda como rapidamente ela e suas amigas deixaram de pensar em “chupar pintos” como algo estúpido para passar a um interesse apaixonado: “Dentro de um ano, nós estávamos obcecadas. Nem tanto com o pênis em si... mas muito mais com o que eles eram – a improbabilidade deles, a bela bizarrice, a maneira que eles estranhamente cresciam por vontade própria e estranhamente desafiavam a gravidade, sua insondável responsividade.” Mas a conversa feminina sobre fascinação com o pênis frequentemente se limita as recordações da infância e puberdade. Não porque cessa-se de se encantar, mas porque os aspectos de encantamento do pênis perdem seu charme quando vinculados a estratégias de dominação masculina.

Embora feministas contemporâneas tenham trabalhado duro nos anos 70 para chegar a novas maneiras de falar a respeito de agência sexual feminina em relação ao pênis, novas palavras não caíram no uso geral. Mulheres individualmente davam engenhosos e bonitinhos nomes aos pênis de seus parceiros, mas no final de tudo, não houve uma revisão largamente aceita de como nós todas poderíamos ver e experienciar o pênis.

Naquela época e agora, mulheres falam sobre como as palavras usadas para descrever a genitália feminina são muito mais variadas e interessantes do que aquelas usadas para descrever os genitais masculinos. Lendo muita literatura erótica, tanto gay como heterossexual, fiquei decepcionada ao descobrir que ao final das contas, o pênis é ainda representado como uma arma, como um instrumento de indelicada e dolorosa penetração. Pensado em termos de força, seja em descrições de sexo consensual prazeroso ou sexo forçado e bondage (servidão/dominação), nenhum deles parece ter muito a dizer sobre o pênis que questiona e transforma a representação sexista. Identificar o pênis sempre e unicamente com força, como sendo um instrumento de poder, uma arma primeiro e acima de tudo, é participar no reverenciamento e perpetuação do patriarcado. É a celebração da dominação masculina.

Sem dúvida então que enquanto o feminismo progrediu, muitas mulheres anti-sexistas sentem ainda que não há formas de engajar o pênis que não reforcem a dominação masculina. Enquanto muitas feministas num ato político escolheram o lesbianismo ou o celibato como uma forma de resistir a subordinação sexual sexista e, consequentemente, não tem interesse no pênis, aquelas de nós que apreciam a paixão pelo pênis frequentemente nos encontramos silenciadas pela suposição que a mera nomeação de nosso prazer é traiçoeiro e apoia a tirania do patriarcado. Isto é simplesmente um erro lógico. Submeter-se ao silêncio nos torna cúmplices. Nomear como nos comprometemos sexualmente com corpos masculinos, e mais particularmente o pênis, em formas que afirmem a igualdade de gênero e posterior liberação feminista de homens e mulheres é um ato essencial de liberdade sexual.

Quando mulheres e homens podem celebrar a beleza e poder do falo em formas que não apoiem a dominação masculina, nossas vidas eróticas são melhoradas. Em um ensaio publicado na antologia Transforming a Rape Culture, escrevi como tive que mudar meu pensamento sexista a respeito do pênis – deixando de lado a fetichização erótica do pinto rígido penetrador, para abraçar uma erotização do pênis que era mais holística. Minha paixão pelo pênis se intensificou quando parei de pensá-lo somente em relação a performance, a penetração. Apreciei aprender como ser sexualmente despertada pela visão de um pênis não ereto. 

Dando continuidade a tradição das primeiras feministas contemporâneas que eram defensoras da liberdade sexual, acredito que ainda precisamos ver mais imagens do pênis na vida cotidiana. Em uma contexto de prazer sexual mútuo enraizado na igualdade de desejo, há espaço para uma política da sexualidade que é variada, que possa incluir pintos eretos/duros, rough sex e penetração como demonstração de poder e submissão, porque estes atos não são intencionados a reforçar a dominação masculina. Mas sem este contexto sexual progressista nós acabamos sempre criando um mundo onde o pênis é sinônimo de negatividade e ameaça.  

O presente risco à vida das doenças sexualmente transmissíveis tem sido usado por conservadores sexuais para reforçar sentimentos anti-pênis. Muitas mulheres voltaram a um temor do pênis que é praticamente vitoriano. A despeito da revolução sexual e da prevalência do pensamento feminista, não foi  necessário muito tempo para que convenções sociais sexistas triunfassem sobre as novas maneiras de refletir sobre sexualidade introduzidas pelo feminismo e movimento gay. A visão do falo, sempre e unicamente, como um instrumento de força é conservadora e falha. Mas ela ainda reina suprema.  Sinto-me desanimada quando leio literatura erótica lésbica onde todos os falos simbolicamente usados no jogo sexual são descritos usando um vernáculo sexista, reforçando a noção do falo, seja ele real ou simbólico, como uma arma. Claramente, nós devemos continuar o trabalho de criar uma fronteira sexual libertária, lugares onde o pênis seja apreciado e estimado.

Mudar a forma como falamos sobre o pênis é uma poderosa intervenção que pode questionar o pensamento patriarcal. Muitos homens sexistas temem que seus corpos percam significado se nós avaliarmos o pênis mais pela sacralidade da sua existência do que pela sua capacidade performática. Depois de um refeição romântica com um homem que capturou meu interesse sexual, enquanto estávamos sentados na minha sala de estar ouvindo música, pedi a ele que me mostrasse seu pênis. Ele respondeu em alarme. Encontrávamos completamente vestidos. Não estávamos engajados em preliminares sexuais, mas o clima era erótico. Ele pareceu alarmado ao pensamento do seu pênis sendo observado fora de um contexto de performance e quis saber porque eu queria vê-lo. Respondi que queria vê-lo para saber se iria gostar dele. Ele perguntou: “Você vai saber se vai gostar olhando pra ele?” Respondi: “Eu vou saber olhando.”

Compartilhei essa história com amigo/as, e todas às vezes homens e mulheres respondiam o quanto duramente eu tinha ameaçado a sua masculinidade. Creio que a noção de ameaça surgiu simplesmente porque eu estava reivindicando a primazia do olhar feminino, uma agência sexual feminina não informada por condicionantes sexistas que separaram prazer, no corpo masculino, da performance do pênis.
 
Retornando para a bem-aventurada noção de sacralidade do corpo, de prazer sexual, nós reconhecemos o pênis como um símbolo positivo da vida. Seja ele ereto ou não, o pênis pode ser sempre uma maravilha, uma vontade, uma varinha mágica. Ou ele pode ser associado a uma lagarta, como Emily Dickinson ternamente afirma: “Tão suave uma lagarta caminha - / Encontro uma sobre minha mão / Que mundo de veludo”

bell hooks é autora de Wounds of Passion, publicado pela Henry Holt and Company.

Penis Passion, bell hooks, Shambhala Sun, julho de 1999.

Comentários (29)

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Estou pensativa, de verdade. Mas creio que a minha criação, sem mitificar o corpo ou tornar a nudez algo sexual, me fez ter uma visão menos sexista e sexual do pênis. Entretanto, não posso negar que um pênis, nessa sociedade falocêntrica, veicula um certo poder... não raro, escuto e penso sobre se ter um pênis é a única forma possivel de dominação sexual.
1 resposta · ativo 743 semanas atrás
Nós concordamos e tentamos por pra fora alguns das travas culturais. Olha só http://todasnos.wordpress.com/2010/12/16/nojinho-...
kibão, parabéns pela escolha e pela tradução, muito bem feita. eu gosto muto deste texto, pois, como bel, também tenho "penis passion" e, como ela, tanto já fui questionada por amigas feministas lésbicas, como questionei a mim mesma várias vezes se estava sucumbindo ao falocentrismo e deixando de explorar outras formas de prazer, ou ainda me rebaixando a uma tosca forma de dominação. mas o fato, muito bem divisado por bel, que no entanto ainda merece mais elaboração, é que o pênis frequentemente é mais frágil e menos dominador do que somos levad@s a crer. bel fala sobre a fragilidade do penis infantil, sua exposição e vulnerabilidade. ora, eu avançaria o argumento, estendendo-o ao pênis adulto. todas sabemos/experimentamos, muitas vezes e com muitos homens diferentes (eu diria que com a maioria absoluta deles) situações em que o penis "vacila". seja por ejaculação precoce, seja por broxada, more often than not nosso super falo não é tao super assim. e por mais que isso seja um enorme tabu para os homens, e que eles raramente falem disso em suas rodinhas de amigos, eles sabem tão bem quanto nós quanto lhes é difícil manter o pau duro durante todo o tempo que (ambos) desejamos. o problema é que isso é visto como "falha individual", como "exceção", quando na verdade é a regra.
ok, neste momento várias vozes masculinas se insurgirão, defendendo seus instrumentos, e até mesmo vozes femininas (como se isso fosse um troféu, ou alguma forma de mérito pessoal delas) protestarão que "o macho delas não!". quanto aos homens, os motivos sao bastante óbvios. quanto às mulheres, é menos óbvio e mais preocupante: ainda hoje muitas mulheres atribuem a si mesmas a responsabilidade pelos problemas de ereção e ejaculação precoce de seus homens, o que em geral demole sua auto-estima e cria crises na relação. Quando a verdade, pura e simples, é que o penis dominador e priápico é mais um dos mitos da civilização ocidental. o pau, como tudo neste planeta, está sujeito à lei da gravidade e é mais natural que desça do que suba.
desta forma, cultivar a paixão pelo pau (desculpem, mas a palavra "pênis" tem um ar de consultório médico ou de puritanismo religioso que para mim a impede de suscitar qualquer paixão; preferirei "pau", para todos os efeitos) não significa automaticamente render-se a um instrumento de dominação, rígido, lacerador (ou "lascador", como se diz na minha terra, onde vigora uma evidente obsessão falocêntrica). Significa gostar de cultivar o próprio pau, fazê-lo inchar, se erguer, aumentar na nossa boca, nas nossas mãos, nos nossos peitos, nas nossas coxas, esfregando na nossa bunda, na nossa buceta. o pau é, também, nossa construção, depende muito de nós para manter-se pau, para deixar de ser um órgão a mais do corpo masculino - pênis - e tornar-se pau, duro, molhado, saboroso, como o apreciamos. mas é claro que ele não depende inteiramente de nós para isso, e principalmente não depende só de bundas, peitos, coxas, bocas, etc, mas obviamente, e mais que tudo, da cabeça. por isso, é preferível dizer que o pau duro é uma construção mútua, conjunta, e por isso que quando ele chega ao estado desejado, duro, quente, é nosso direito desfrutá-lo, comê-lo, brincar com ele, pois ele também nos pertence. aí não cabe inveja, nem medo: como o seio materno é uma extensão do corpo do bebê, o pau também é uma extensão do corpo feminino, na hora do sexo bem compartilhado. o pau não é um ente natural, que tem a dureza como propriedade inata (ainda que ela exista em potencial), nem é um troféu ostentado seja pelo homem ou pela mulher. o pau é um artefato, uma coisa feita, um fetiche, fabricado pelo desejo mútuo. e o penis mole não é fracasso, nem do homem, nem da mulher: ele sim, é um ente natural, um órgão, um músculo retrátil.
conscientemente ou não, homens sabem disso. e mulheres sabem disso. qual o homem que não se sentiu aconchegado quando sua mulher pega seu penis, pequeno, molinho, cabendo na conchinha de nossa mão, exausto depois do sexo ou de qualquer outra atividade, e lhe dá um beijinho, faz um carinho e sussura "acho tão bonitinho ele assim, molinho, parece um passarinho!". e o homem sorri feliz, sabendo que sua mulher o quer, mesmo que seu penis nao esteja duro, mesmo que ele nao seja 24 hs por dia o macho metelão. sorri em poder voltar, por alguns instantes, a ter aquele pintinho, o passarinho com o qual sua mãe brincava na hora de trocar suas fraldas, do qual suas tias riam, sua avó mangava, com o qual experimentava outras formas de prazer que não tinham a ver com sexo, muito menos com penetração e dominação - e de saber que sua mulher, aquela que tem o poder de, junto com ele, transformar esta rolinha em um pauzão, o quer também assim.
1 resposta · ativo 743 semanas atrás
oi, moço! Gostei muito do texto. Não concordo com um ou outro detalhe, como por exemplo a parte que pode leva pessoas desatentas a achar que as lésbicas são mulheres feministas e que é por isso que não tem atividade sexual com os homens. As lésbicas são tão machistas quanto qualquer outra mulher... e, claro, tão feminista quanto qualquer uma pode ser. O mesmo vale pras celibatárias. Sei lá... Não acredito que alguém vá ter sexo com alguém apenas por convicção política. kkk Ou mesmo deixar de ter sexo com qualquer pessoa pelo mesmo motivo. Acho mais que certas lésbicas e certas celibatárias acabam usando o feminismo como desculpa... Mas, é só uma impressão. Nada muito aprofundado. beijinhos e MUITO OBRIGADA PELA TRADUÇÃO!
1 resposta · ativo 743 semanas atrás
Obrigada por socializar o conteudo.
Parabéns pela tradução.
Bell Hooks sempre me liberta !!!
;)
1 resposta · ativo 743 semanas atrás
Ainda bem que as coisas estão mudando, afinal penis flacidos não incomodam mais como antigamente... A farmacologia já superou este estigma, prá tudo tem jeito e gente ficando rica...
1 resposta · ativo 743 semanas atrás
Bonito ver tantas palavras femininas divergentes aqui. Hooks nos ensina sempre. Maravilhosa tradução, Kibe! Muito sensível ao tema e às diferenças lingüísticas. Parabéns pela iniciativa de trazer esse texto para gente. Para mim, o primeiro parágrafo desse texto é genial, pela imagem que ela proporciona e que mulher que gosta de homem já passou. É possível, eu acho, não ser falocêntrica e amar um pênis. Muito legal esse texto. Beijos
1 resposta · ativo 743 semanas atrás
Salve Kibe...

Valeu pela preciosa tradução, pelo bem do penis e da paixão pelo penis.
Hi Swahili,

Thanks pela leitura e primeiro comentário masculino ao post.

Abraço do Kibe.
Dismistificar e agenciar é preciso!
notório como pra traduzir esse tipo de texto (do que fala mesmo?) sempre há homens com disposição.
pra alguém ht que vive no mundo no nao sexismo talvez esse texto combine. ou mesmo que viva no mundo em que penis sao independentes do espaco-tempo sexista ou mesmo independentes do resto do corpo que o leva.
é, talvez nao tenha entendido nada do texto.
1 resposta · ativo 743 semanas atrás
Oi Alejandra,

Obrigado pela leitura do post e comentário. No que diz respeito ao seu questionamento, um contraponto poderia ser se perguntar por que um homem heterossexual traduz um texto de uma feminista negra que desloca justamente a posição de dominação que nós homens ocupamos de forma acrítica e cômoda. Sim, o fato do pênis ser o centro da discussão talvez tenha despertado o meu interesse por esse texto de bell hooks em específico a despeito de eu já ser um leitor dela de longa data. Mas se uma mulher afirmar que não é politicamente ético um homem traduzi-lo, eu entenderei perfeitamente. O avanço do movimento feminista na direção de uma sociedade mais justa em termos de relações de gênero depende do diálogo com e participação de homens, mas se for necessário que hajam espaços de exclusividade feminina, cabe a nós aceitarmos esse direito das mulheres.

Sobre o entendimento do texto, acho que bell hooks tenta escapar de leituras semióticas e estruturalistas que automaticamente associam o pênis a dominação masculina historicizando o processo (muita vezes não tão bem sucedido) pelo qual o movimento feminista tentou dissociar a genitália masculina do poder patriarcal. Segundo ela, cabe a nós criarmos um contexto de igualdade de gênero e prazer sexual mútuo onde o pênis seja destituído dessa simbologia negativa de dominação, dor e patriarcalismo.

Beijos do Kibe.
Hooks é uma autora apaixonante, mas não há como negar que suas ideias sobre lesbianidade estão carregadas de estereótipos. A lesbianidade também é fruto de prazer, escolha e "passion", não somente uma opção política de mulheres feministas. O pênis é por si, na sociedade patriarcal, um símbolo admirado... Precisamos saber mais sobre bocetas, como elas podem e são admiradas e, principalmente, pelos homens, da mesma forma como Hooks tentou fazer com o pênis: retirando ele do lugar alocado pela sociedade patriarcal - o de poder. Precisamos saber sobre bocetas num lugar fora da subalternidade, da mercê ao desejo do outro/a.
De toda forma, Hooks sempre nos provoca reflexão, parabéns pela escolha do texto, Kibe.
1 resposta · ativo 743 semanas atrás
Olá...

foi Fabi quem me indicou seu blog, justamente por conta do texto.

muito bom! sempre bom poder ler um texto, criticar e determinar o que é e o que não é, faço minhas palavras a de quase todos os comentários das companheiras... fica com Deus.

se quizer me visitar sinta-se a vontade...
http://camillapreta.blogspot.com/
1 resposta · ativo 742 semanas atrás
Olá
Particularmente considero este texto dela péssimo, equivocado , ela totally misses the point. A hora que menciona, por exemplo, lesbian erotica ela, como pessoa séria, teria que citar as fontes. E todas nós que estávamos no movimento feminista fomos testemunhas feitas por muitas de nós pelo lesbianismo como uma forma de rejeitar patriarcado. E qual é o grande problema nisso?

Concordo totalmente com a Alejandra. E acredito que ela estava sendo ironica ao dizer que não entendeu o texto... A pergunta que não quer calar: por que você escolheu traduzir este texto, de todos os que hook escreveu? PNão será a cara feia do machismo brasileiro querendo ensinar as mulheres a celebrar o penis? Não é o que o patriarcado faz tão bem? A tradução do texto feita por um homem é mais do que não ser politicamente ético . You´ve got a nerve....

E mulheres, que negócio é esse de parabenizar um homem pela tradução deste texto? Ninguém vê a contradição? Um homem nos dizendo q temos que celebrar penis?

Eu não entento .
2 respostas · ativo 737 semanas atrás

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