segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

Negr@s Metid@s



Negr@s Metid@s (da série “Grandes Figuras da Negritude Brasileira: ensaios em densa profundidade do Doutor Altamiro Brandão, Ph.D. em Negrologia”)
 
O negro ou negra metida é o oposto do negro ou negra normal, aquele ou aquela negra que conhece o seu lugar. O negro metido ou negra metida é o tipinho que se veste bem e fala corretamente sem o uso de gírias como “mano”, “truta”, “é nóis” e por aí vai, certo? Eles são gente metida à besta que usa termos como “hipoteticamente”, “paradigma”, “indubitavelmente”, “perspectiva”, “procrastinação” e “postergando” cujo significados eles provavelmente não sabem, mas devem achar bonito a sonoridade e um "Q de gente inteligente com um QI superior que elas carregam ao serem pronunciadas. Geralmente o negro ou negra metida diz ter um emprego estável e dirige um carro nacional caro ou importado, mas vive reclamando que é constantemente parado pela polícia e confundido com bandido. Que neurose! Freqüentemente o negro ou negra metida se apresenta como médic@, advogad@, empresári@, professor/a universitário/a e outras profissões em que raramente se vê um/uma negro normal. Negros ou negras metidas tem mania de falar sobre a universidade pública ou privada de elite que cursaram e como ele/ela era o/a únic@ negr@ da turma, fato que fazia tudo ser mais difícil de acordo com o/a mesm@. O negro ou negra metida domina, por razões profissionais, outro idioma além do português, algo como inglês, francês, espanhol (alguns ousam até o alemão!) e vive com um livro a tiracolo fazendo de conta que o lê como se estivesse na recepção de um psicólogo onde faz terapia por conta da esquizofrenia que diz sofrer devido sua condição de negr@ metid@. Cômico! Você já viu um negro normal lendo ou indo ao psicólogo? O negro metido ou negra metida não quer morar na periferia, subúrbio ou favela e matricula os filhos em uma instituição de ensino particular a qual se refere como “colégio” e não “escola” só para o/a filha ter a experiência de ser o/a únic@ negrinh@ metidinh@ da classe. O negro ou negra metida viaja muito, geralmente de avião, e sente-se ofendid@ quando nas aeronaves ou no saguão do aeroporto alguém pergunta a ele/ela se o mesmo é pagodeiro, boleiro, atriz, ator ou dançarina de show de mulatas como o do saudoso Sargenteli: “Mas eu já te vi na televisão?” é a pergunta que sempre enfurece negros ou negras metidas. Que coisa, todo mundo quer ser confundido com gente famosa menos essa categoria ingrata dos negros ou negras metidas. Mas a negra metida fica de fato PUTA da vida quando acham que ela é uma PUTA PUTA MESMO disfarçada de profissional liberal circulando por um hotel cinco estrelas numa região nobre de São Paulo que sedia um seminário internacional. Você sabe como essas PUTAS são uma PUTA FODA que na verdade estão na captura de um gringo! Há negros e negras metidas que são tão atrevidos ao ponto de apreciar música clássica deixando de lado a batucada dos nossos tantans. Em termos musicais há ainda os negros metidos entendidos de jazz, ritmo importado dos patrícios upitty niggers da América, mas atualmente só apreciado por brancos além de negros metidos, é claro. Negr@s metid@s gostam de comprar roupas e sapatos em lojas de shopping centers caros que geralmente não estão preparados para lidar com a categoria de negr@s metid@s uma vez que lá, como ainda em vários outros lugares, só existe a categoria dos negros normais com sua vocação natural para a área de segurança e limpeza. O negro ou negra metida não é patriota ou nacionalista, já que diz ter se sentido muito bem na sua viagem aos Estados Unidos da América, um país RACISTA em que brancos e pretos até bem pouco tempo atrás viviam separados e lugar onde o presidente é um negro metido com nome esquisito. Ora bolas! A única raça existente é a humana e nós, como bons e felizes brasileiros mestiços, NÃO SOMOS RACISTAS que nos deixamos levar por UMA GOTA DE SANGUE para fazer a diferença. É ou não é, Mané? Mas de acordo com o negro ou negra metida nos States ele/ela pode se encontrar com a versão gringa do negr@ metid@, o upitty nigger, e trocar figurinhas sobre o que é ser um negr@ metid@ dentro de uma dimensão global articulando-se com negros e negras metidas de outras partes do mundo. Enfim, negros e negras metidas são uma epidemia de ordem nacional e é preciso fazer algo para conter a expansão desse grupo. Afinal, se a Terra Brasilis foi construída com o trabalho e energia de negros e negras normais, o que faremos sem eles? Meu Deus! Como viveremos sem nossas mucamas modernas e capitães do mato contemporâneos? Ou o que será da seleção brasileira de futebol sem novos Pelés, Garrinchas, Diamantes Negros e Didis? Imagine se todos os negros e negras normais aspirarem se tornarem negros e negras metid@s indo para universidades por meio dessa estapafúrdia idéia de cotas ou ação afirmativa tornando-se todos profissionais liberais, engenheiros, embaixadores?  Perderemos mais uma Copa do Mundo? Quem cuidará da faxina de casa ou da molecada? Não... Negros e negras metidas go away: nossos japoneses são mais criativos e o problema aqui é de classe, coisa que negros normais ainda não possuem e negros e negras metidas tem em demasia!