sexta-feira, 9 de janeiro de 2009

Eu me recuso...

No começo dessa semana ao voltar para São Paulo, marquei um almoço com um grande amigo para colocarmos a conversa em dia depois de alguns meses sem nos vermos. Esse truta é uma grande figura: inteligente, sarcástico, professor universitário, cinéfilo e sempre atento a novidades seja em qualquer forma de arte ou nas ciências humanas como um todo. Conversar com ele é uma mistura de aula de sociologia com pornochanchada sacana dos anos 70. Estava animado e cheguei no horário (13:00) levando um lembrancinha da Big Apple. Bem, aí começa o problema...

Meu amigo me deixou esperando por mais de 45 minutos e somente apareceu por volta das 13:50 pedindo desculpas e afirmando que havia tido alguns problemas para chegar no horário. Meu bom humor já havia sumido, mas lembrei que estava em SP e que todo mundo se atrasa por aqui devido ao trânsito e/ou problemas similares. Abri um sorrisso amarelo e tentei ser simpático. Estava com fome e louco para comer algo saboroso. Foi aí que veio o outro baque. Meu amigo afirmou que não estava comendo carne há um ano e queria me levar a um restaurante indiano que ele acha ótimo. Minha reação foi imediata dizendo que queria comer comida brasileira, algo como arroz, feijão, picanha e uma salada. Estava com saudades do tempero brasileiro e cansado de comidas exóticas (NYC é a "cidade" para restaurantes de comida thailandesa, vietnamita, indiana, iraniana entre outras). Mas não teve jeito, acabei indo - a contragosto - para o restaurante indiano.

O problema de alguns amigos que se tornam vegetarianos é que eles acham que o é legal, gostoso e descolado para eles também o é para todo mundo. Uma vez convidado, se você não aceita participar do programa de índio fica numa situação delicada já que o sujeito pode até lhe acompanhar a outro restaurante, mas não irá comer nada. Nem preciso dizer que odiei a comida: sem gosto e com uma cara esquisita. Desculpem, mas essa história de que um hambúrguer de carne de soja pode ser tão saboroso quanto a um hambúrguer normal não me convence. Meu amigo ainda argumentou em favor da boa saúde propiciada pela comida natureba e como a vida dele mudou depois que deixou de comer carne. Assim como Jesus, o vegetarianismo também salva! Mas sem chance, essa é uma das coisas que me enchem o saco em alguns estilos de vida da classe média, porque ser vegetariano é definitivamente uma coisa de classe média, não consigo visualizar um churrasco em alguma laje de Artur Alvim regado a hambúrguer de soja, filho! Eu entendo e aprecio os benefícios trazidos pela veg way of life, defendo o direito dos animais que são maltratados em criadouros e frigoríficos, também concordo que a produção/exportação de carne bovina contribui para o desmatamento da floresta amazônica e a redução das nossas reservas de água doce e frequento a YMCA (academia) da 14 Street tentando perder minha barriga de cerveja, MAS ME RECUSO TERMINANTEMENTE A DEIXAR ESSE HÁBITO RETRÓGADO E BÁRBARO QUE É COMER CARNE!

Após sairmos do restaurante sugeri um café e fiquei surpreso de meu amigo aceitar já que café tem cafeína: uma droga! Ficamos tomando café e conversando e após alguns minutos saquei um de meus Phillies Black Max, cigarilha que gosto de fumar após um cafézinho básico. Ofereci um a meu amigo meio que por educação, certo que ele não iria aceitar fumar depois de ter se convertido a vida natureba/saudável. Doce ilusão: o figura aceitou e fumou com gosto o bastão causador de câncer. Vai entender?!

quinta-feira, 8 de janeiro de 2009

E a mulata é a tal!

Meus amigos do movimento negro odeiam expressões do tipo mulato(a), pardo(a) e moreno(a) enquanto meu outro amigo, o antropólogo Peter Fry, afirma que é essa indefinição o que faz do Brasil Brasil. Para boa parte dos ativistas, as categorias citadas acima expõem uma negação de uma identidade negra devido ao estigma que paira sobre a mesma, enquanto que para alguns cientistas sociais elas nada mais são do que a recusa nacional a uma classificação racial mais rígida como a norte-americana (black e white). Pois bem, a briga é boa e o debate está inflado de sentimenos e interesses. Mas estamos perto do Carnaval, momento em que tanto ativistas e cientistas sociais devem se encontrar nos ensaios de escola de samba ou na avenida com uma das categoria em carne em osso: a mulata!

A mulata tem a sua história enraizada com a identidade nacional. É possível perceber isso numa leitura da literatura realista/naturalista de Aluízio Azevedo em livros como O Mulato (1881) e O Cortiço (1890), nesse último, aliás, é possível perceber uma clara distinção entre uma personagem feminina negra (Bertoleza) e outra mulata (Rita Baiana). Nos anos 1940, no Rio de Janeiro, o Teatro Experimental do Negro (TEN), sobre o comando de Abdias do Nascimento e captalizando uma idéia do sociólogo Guerreiro Ramos, passou a organizar um concurso de beleza chamado Bonequinha de Pixe e Rainha das Mulatas. Contudo, foi nos anos 1960 e 1970 que a valorização da mulata chegou ao seu auge com o Renascença Clube no Rio de janeiro organizando seus concursos de beleza e personagens como o empresário Oswaldo Sargentelli abrindo casas de shows e excursionando pelo mundo com apresentações de dançarinas conhecidas como "mulatas do Sargentelli". A mulata era a tal! Vista como produto nacional, objeto de admiração e desejo! Contudo, a posição da mesma no imaginário nacional sempre foi ambígua. Vários estudos acadêmicos mostram como a imagem dessa categoria racial tem sido associada a noção de "excesso" no que diz respeito a sexualidade. Alguns exemplos de livros que apontam isso são as obras de Teófilo de Souza Queiroz (1975) e Sonia Giacomini (1992) intituladas, respectivamente, Preconceito de cor e a Mulata na literatura brasileira e Profissão mulata: natureza e aprendizagem num curso de formação. O título de Giacomini é uma dissertação de mestrado que nunca foi publicada, mas é possível ler artigos que resumem o argumento central do trabalho e seu último livro, sobre o qual escrevi uma resenha e recomendo a leitura (do livro, não da resenha! *rs*), aborda o tema da mulher negra/mestiça numa outra perspectiva.

Porém, não é necessário ser intelectual/acadêmico para perceber o lócus social que nossa cultura reserva a mulher mestiça. O ditado popular "branca para casar, negra para trabalhar e mulata para fornicar" resume o enredo presente no romance de 1890 de Aluízio Azevedo. Ali Rita Baiana é a personagem que corrõe a moralidade do português Miranda, João Romão explora o trabalho e a sexualidade de Bertoleza como se essa fosse um animal para depois abandoná-la e desposar a branca Zulmira.

Mas o Carnaval, com sua alegria e sensualidade, vem chegando e a mulata ressurge com força total. A mulata Globeleza Valéria Valenssa já saiu de cena há alguns anos atrás (segundo consta, é frequentadora da Igreja Universal atualmente), Sargentelli faleceu vítima de um enfarto em 2002, mas continuam a surgir aqueles que querem substituir essas figuras lendárias. Isso fica provado pelo site que me foi enviado por um amigo diretamente do jornal Globo. Nesse caso você irá escolher a "Mulata do Gois 2009"... Divirtam-se ou odeiem! *rs*

terça-feira, 6 de janeiro de 2009

Eta vida besta, meu Deus!

Vocês se lembram desse poema do Drummond?…

Casas entre bananeiras

Mulheres entre laranjeiras

Pomar amor cantar

Um homem vai devagar

Um cachorro vai devagar

Um burro vai devagar

Devagar . . . as janelas se olham

Eta vida besta, meu Deus

As palavras tão bem colocadas do poeta resumem meu sentimento de estar de castigo na casa nos meus pais em Limeira, interior de SP, município que eu chamo carinhosamente de Lixeira. Não, Limeira não é um lixo! Eu nasci, cresci e vivi toda a adolescência e parte de minha juventude nessa cidade mediana localizada a 145 kilometros de São Paulo. Ou seja, sou um Limeirense! A cidade até meados dos anos oitenta era conhecida como a capital brasileira da laranja, mas agora é mais famosa pelo número altíssimo de fábricas e fabriquetas de jóias que aqui existem. O problema é que estou desacostumado a viver em uma cidade assim depois de 11 anos lidando diariamente com o trânsito infernal, a poluição e violência de São Paulo e seis meses mais com a barulheira e correria de Nova York. Alguns irão dizer que é mania de gente que quer parecer descolada ficar desfazendo ou reclamando de cidades pequenas. Pode até ser e em alguns casos concordo, mas esse não é o meu caso. Para ser justo acho que numa cidade menor o que se ganha em qualidade de vida (inexistência de trânsito, pouco barulho e calmaria, ritmo lento e sociabilidade das pessoas) se perde em outros aspectos. Desses o que mais me aflige é a inexistência de vida cultural: cinemas só exibem filmes comerciais, shows musicais são uma raridade, o teatro só exibe comédias estúpidas de autores globais e não há lugares para se estudar ou ler tranquilamente (bibliotecas decentes e silenciosas, apesar que esse é um problema de SP também). Tudo piora com o final do ano em que só há eventos familiares disponíveis!

Sendo assim, diria não me adapto a cidade uma vez que minhas demandas não são supridas pela mesma. Mais: alguém com mais de trinta anos, solteiro e sem filhos é visto com um outsider por aqui. Esse é o meu caso! Um dia desses numa festa qualquer um primo virou-se para mim e meio confuso e/ou revoltado afirmou: “E você primo, o que faz da vida?” Meio atônito respondi que estava trabalhando como professor universitário, mas que como iria começar o doutorado havia pedido demissão do meu emprego para só me dedicar somente a pós-graduação. Ainda confuso e demonstrando que eu não havia entendido a pergunta ele replicou, “Não não, eu estou me referindo a outras coisas... Você não tem família, não? Esposa, filhos? Desde que eu te conheço você só pensa em estudar?!”. Na hora tive vontade de sair dali correndo e pedir minha namorada que estava nos EUA em casamento por telefone, mas depois me acalmei... *rs*

Mas hoje, voltando para casa de uma consulta a minha simpática dentista redescobri o prazer de ficar por alguns dias na cidade natal do interior (ainda bem que vou para SP amanhã de manhã! *rs*). É divertido andar pelas ruas da cidade debaixo de um sol de 30 graus, ouvindo um som no iPod e ver o que mudou na mesma: prédios, praças, lojas e casas familiares. A escola em que frequentei durante o ensino básico, às várias nas quais cursei o médio, o colégio em que fiz cursinho pré-vestibular. A biblioteca na qual retirei livros desde os dez anos de idade e que na época do vestibular eu usava para ler o romances que cairiam na prova da FUVEST. Ainda lembro que li Dom Casmurro, durante os horários de almoço da loja de ferragens que trabalhava, apaixonado por uma garota que nunca me deu um beijo! Porém, o mais divertido de tudo é encontrar os amigos pela rua num jogo de tentar reconhecê-los diante das mudanças sofridas: várias gorduras a mais, rugas e cabelos brancos abundantes, algo que dificulta a tarefa. Fui numa lanchonete cujo os proprietários são descendentes de asiáticos e comi duas esfiras que continuam saborosas. Perguntei a uma das atendentes há quanto tempo eles tinham o estabelecimento: 25 anos. Eles com certeza não se lembram de mim, mas eu me lembro das várias vezes que comi ali. Tomei sorvete – de morango e banana ao caramelo – na minha sorveteria predileta, localizada na praça central (Toledo Barros) e que me foi apresentada por outro primo quando eu ainda era criança. Sentado hoje na sorveteria, finjia ler um livro, mas estava atento mesmo era nas falas das pessoas e no sotaque divertido que eu sempre tentei evitar desde criança (ainda bem que consegui!).

Porém, em matéria de sotaque, nenhum lugar no interior de SP ganha de Piracicaba, cidade situada há 30 kilometros de Limeira. Ainda me lembro de minha primeira namorada, uma piracicabana linda chamada Vanessa, filha de Seo Toni e Dona Lázara, ex Miss Treze de Maio, o clube da negrada de Pira, e que me chamava carinhosamente de “Marrrrcinho” (a ênfase no “r” tenta dar conta do que é o sotaque de lá). É por isso que adoro o jeito que meu ex DJ, Rock Jay, fala e usa suas gírias do tipo “chic no úrtimo”. E se for para morar um dia no interior, que seja em Piracicaba e perto da Rua do Porto. Essa rua fica na região central da cidade, possui uma série de parques nas suas redondezas e contorna o famoso rio Piracicaba. Atravessando o rio a pé pela Ponte Pencil você chega até o Engenho Central que, como o próprio nome diz, foi um engenho de cana de açúcar em tempos áureos. Aliás, foi ali, tendo o rio como testemunha, que dei meu primeiro beijo em minha primeira namorada. O clima da área é de tranquilidade e sossego, aos domingos dá para passear a pé com a família ou a(o) namorada(o) e parar para comer uma pamonha, curau ou milho verde nos carrinhos ambulantes que ficam ali enquanto se observa o rio que anda muito limpo nos últimos anos. Quando eu era adolescente adorava frequentar um samba que rolava aos domingos na Rua Porto: todo final de semana saia tiroteio ou algum tipo de confusão, mas nunca deixávamos de ir, afinal, as negras mais bonitas eram de Pira! No feriado de Sete de Setembro de 1993 eu mais meus amigos Sérginho Muleta e Carlinhos Canela (apelidos sugestivos) fomos assistir o desfile da independência na cidade e acabamos destruindo o carro de pai de Sérginho - um Fusca caramelo - num acidente! Pura diversão para nós, desespero e prejuízo para nossos pais!...

Durante esses últimos dias, nos poucos momentos em que não estive dormindo, lendo ou fuçando na internet frequentei sambas, bebi com amigos (Jece Leite, Claúdio Toledo, meus primos DJs, Salada, Pateta, Jaime e outros bocas de litro) em quintais e postos de gasolina (um dos programas culturais da city), ouvi canções antigas (pensar que já faz mais de dez anos que mataram Tupac e Notorious BIG) e dei várias risadas com histórias antigas. A vida no interior, por conta disso tudo, é besta, mas não deixa de ter o seu grau de magia e diversão! Como me disse meu amigo antropólogo Heitor Frúgoli Jr. por email ao ouvir minhas lamentações de estar no interior por esses dias, "Se Nova York tem a Sétima Avenida, Limeira tem a Sete de Setembro".

domingo, 4 de janeiro de 2009

Subway Stories

Passeando pelo blog do meu amigo Rapha Neves (Politica Etc) me deparei ontem com um filme de Woody Allen, Bananas (1971), que meu truta achou na web. Recomendo uma visita ao blog aliado para assistir o vídeo e ler os posts desse meu buddy da New School que são bem interessantes.

A propósito, um dos meus últimos textos de 2008 - Fucking subway - mais esse vídeo de Allen me fez lembrar do filme Subway Stories (1997) uma produção da HBO que teve a participação de oito diretores. São dez histórias curtas que se passam no centenário metrô novaiorquino e capturam de forma bastante diversa o clima da Big Apple a partir do cotidiano do seu transporte subterrâneo. Abaixo segue uma sinopse do filme e também um trecho do mesmo que achei lá YouTube.

SUBWAY STORIES (1997). This offbeat HBO production features a series of 10 short films representing the unpredictable true experiences of those varied, brave souls who dared to test the waters of the New York City subways. Jonathan Demme's SUBWAY CAR FROM HELL follows the journey of an unassuming man on his way to work. Craig McKay's THE RED SHOES deals with the issue of panhandlers and whether they are who they say they are. Bob Balaban's THE 5:24 watches a Wall Street broker learn a valuable life lesson from a seemingly apparent everyman. Patricia Benoit's FERN'S HEART OF DARKNESS plays on one white woman's paranoia and prejudice. Seth Rosenfeld's THE LISTENERS teaches a girlfriend to pay attention a little more closely. Lucas Platt's UNDERGROUND is a young male's fantasy come to life. Alison Maclean's HONEY-GETTER allows a sexually harassed young woman the chance to get revenge. Julie Dash's SAX CANTOR RIFF ingeniously exhibits the variety of music the underground has to offer. Abel Ferrara's LOVE ON THE A TRAIN is another erotic fantasy about a married man who embarks on a silent affair with a random passenger. Finally, Ted Demme's MANHATTAN MIRACLE is a hopeful tale about a man who is about to watch a pregnant woman jump in front of an approaching train. At turns humorous, ironic, and poignant, SUBWAY STORIES provides an entertaining glimpse into the unpredictable underbelly of New York City.



sexta-feira, 2 de janeiro de 2009

Patrick, my fellow! Jordon, maybe...

Okay, para quem leu ou vai ler o post, o texto abaixo é resultado de uma disciplina que fiz na New School nesse semestre. A idéia era produzir um romance de forma coletiva e orgânica. Cada aluno deveria criar e incorporar um personagem e escrever semanalmente de uma a duas páginas. O processo foi divertido e relaxante se comparado aos outros cursos que fiz, apesar de alguns estresses básicos entre a turma. Ao final tínhamos um romance e um meta-romance (um texto que se sobrepunha ao romance discutindo os personagens do mesmo). Abaixo segue uma passagem com meu character, um produtor de hip-hop escroto que mora em NYC.

Patrick, my fellow! Jordon, maybe…

“Why do you think the conscious hip hop is bullshit?” Asked me Patrick. “Because these rappers don’t have anything interesting to say, man.” “Okay, this can be true for US, but in South Africa we have a lot important things to be told by rap music.” “Well well, for me the political rap born and died with Public Enemy, we have just garbage in the industry and nobody cares. Nowadays people just wanna shake their asses with a good song and they don’t give a shit about the lyrics, man! Listen up Patrick, if you wanna make money keep rapping, okay? But if you wanna make politics get into university or a fucking NGO… Whatever man, I don’t even know why I am saying that shit to you, I am not your mentor or adviser, I am just the guy who make the beats. Say what you want and I gonna do it.”

I said that and drank a little bit more of my Colt 45 seating on couch at Patrick and Jordon’s apartment. Patrick kept in silence thinking about my cheap sociological look at inside of hip-hop industry. I like this couple, they look nice and comfortable with their new life in New York Shit. “So, we can use Fela Kuti in some tracks of your album, it will be cool, he was African you are African too.” “Bee, what do you know about Africa?” He asked. “Well, not too much.” I replied. “You should know more brother, this is your motherland”. “Really?” I said. “Someone had made a huge mistake because my motherland had sent my ancestors as slaves to Brazil.” After the ironic comment I opened a smile, which wasn’t corresponded by Patrick. “Come on, man? You have just arrived in USA and already started with this African American bullshit? Motherland my ass!”

Jordon was reading a book, but at this moment she stopped and looked at me with an upset expression. I knew she didn’t like me, for my turn, I didn’t have a final opinion about her like I have for everybody. She reminded me white European and American couples going to Africa to adopt a black baby. It doesn’t matter the fact she was black, my experience had taught always put the race card into a context. Keep the real my ass! I finished my beer. “So, do you have my stuff?” I asked him. Patrick took a paper brow bag and gave it to me. I passed him thirty dollars. “Listen brother, call me next week and we can talk about these ideas for your mix tape, okay? I know some friends who know some friends who fuck some other friends and we can talk about contacts in some label. Patrick didn’t say a word. “All right, sorry for the Africa joke, okay? It was just a joke! Call me, okay? Peace! Bye Jordon!” I didn’t wait for Jordon’s response. In some minutes I was doing my way to Brooklyn and my head was trying to capture and revive the sensations that probably I would get with the magic portion in that paper brown bag. I was so excited about the idea to arrive home and get high I almost didn’t see the white girl wearing a short jeans skirt, black boots, yellow-green t-shirt – probably of some soccer national team of countries such as Jamaica, Australia or Brazil –, and black sunglasses. Her yellow scarf was the best part of her clothes. Definitely, a kind of pin-up girl, New York Shit is full of pin-up girls! Fucking city! A white chick and her yellow scarf…

quinta-feira, 1 de janeiro de 2009

Feliz 2010!

Pois bem, depois de mais um mês distante do blog, aqui estou novamente. Muita coisa se passou e a melhor notícia de todas é que estamos quase ao final dessa época chata e sem graça do Natal/final/começo de ano. Como não passarei o Carnaval no Brasil - estou aqui, mas vou embora em 20/1 - e minhas aulas retornarão no dia 26/1, minha vida voltará ao normal mais rápido nesse "belo" ano que nos aguarda.

Hoje de madrugada estava pensando numa frase que li ou ouvi tempos atrás em algum lugar: "o otimista é um pessimista desavisado ou mal informado". Acho que isso se enquadra bem ao clima de festivo que vivemos. Como as pessoas podem desejar feliz ano novo quando temos mais uma guerra ocorrendo no Oriente Médio e uma nova crise econômica - a mais grave dos últimos 80 anos - mostra a sua cara feia para o mundo? Tudo bem que no Brasil a crise não vai passar de uma "marolinha" como afirmou nosso excelentíssimo presidente Lula. *rs*

Nessa época do ano sempre invejo os ursos que tem a opção de hibernar e ficar várias semanas dormindo depois de fazer uma bela refeição. A melhor coisa a fazer esse ano seria poder hibernar o ano todo e acordar somente em 2010 já que 2009 vai ser uma merda! Portanto, feliz 2010!