quarta-feira, 8 de julho de 2009

Pérolas da Zona Leste Parte 1: Eli Efi e sua Propaganda!

Quem conhece minimamente rap no Brasil já deve ter se deparado com a expressão 4P: Poder Para o Povo Preto. Originalmente, ela é o título de uma música do grupo DMN cuja autoria era de um jovem chamado Luiz Fernando - a.k.a. LF - um dos fundadores do grupo em 1988 e residente da velha e boa zona leste de São Paulo. O primeiro trabalho da banda veio ao mercado em 1991 na coletânea Consciência Rap 2 seguido do álbum Cada Vez Mais Preto em 1992.

ElEfi_Cover_RGBWEB.jpg picture by djlaylo165

Em 1995 houve a saída da banda de Xis que seguiu carreira solo lançando sucessos como De Esquina e Us Mano As Mina. O termo 4P, de autoria de LF, ganhou definitivamente eternidade no meio hip-hop brasileiro através do lançamento de uma gravadora e grife de roupas que levavam esse nome e eram fruto de uma sociedade entre Xis e KL Jay, DJ do grupo Racionais MCs.

O DMN continuou na estrada e lançou o sucesso H.Aço em 1998 cuja letra também era de LF, Saída de Emergência em 2001 e Essa é a Cena em 2003. Em 2004 LF desligou-se do DMN, começou a trabalhar com a DJ Laylo - sua atual esposa - e, posteriormente, mudou-se para New York City onde já reside há cinco anos.

Na Big Apple o rapper fez uma pequena mudança no nome - passou de LF para Eli Efi - e vem trabalhando de forma lenta, mas consistente, no seu álbum solo. O single do mesmo ficou pronto recentemente e fui apresentado ao mesmo num papo "curto" de mais de quatro horas que tivemos no Bronx, área de sua residência, logo após meu retorno para NYC semana passada. Eli Efi é uma figura que adora conversar, debater e sempre fornece exemplos para seus argumentos a partir de sua experiência como rapper e ativista político. Nessa noite demos várias risadas, falamos de projetos em comum e relembramos fatos passados do hip-hop, de São Paulo e de noitadas.

Propaganda é a música de trabalho do álbum de Eli Efi cuja previsão de lançamento é novembro. A sonoridade da faixa lembra grupos como o americano Little Brother e demonstra uma evolução do universo musical de referência do rapper. Entretanto, a temática da letra continua focada em discussões raciais, algo que é uma das marcas do letrista. Como disse a Eli Efi, fico no aguardo do restante do disco, já que a primeira faixa, ao terminar, deixa um gosto de quero mais na boca. Ouça a mesma abaixo...

2 comentários:

Unknown disse...

PO MARCIO ATÉ HJ NAUM INTENDO POR QUE SEU GRUPO NAUM DECOLOU QUEIMA DE ARQUIVO..POIS PARA ÉPOCA DECADA DE 95 ACHAVA VCS BEM AVANÇADOS COM LETRAS INTELIGENTE VOCAL BOM E UMA BATIDA BEM DIFERENTE PODE CE DIZER ATÉ DANÇANTE....UMA VEZ CONVERSEI COM VC NO CLUBE DO GALO, EU FAZIA CIÊNCIAS SOCIAIS NO ISCA E VC ESTAVA NO ULTIMO ANO NA USP VC ME DEU VARIOS CONSELHOS ACREDITO QUE VC NEM LEMBRA MAIS...MAIS PARA MIN VALEU UM ABRAÇO E BOA SORTE PARA VC E NA SUA VIDA.......

Márcio Macedo disse...

Caro Murfy,

Lembro de nossa conversa sim - na verdade, a estou visualizando na cabeça - e fico muito feliz que ela tenha rendido bons frutos!

Cara, sobre essa parada do Keima Dee Arquivo, posso lhe afirmar que o barato daria um grande e belo post, mas resumo o argumento dizendo que minha missão não era necessariamente como rapper. Foi divertido enquanto durou e guardo ótimas lembranças e amigos, mas o mundo dá várias voltas e numa delas eu acabei me vendo fora do mundo do hip-hop (ao menos como MC). Mas espere que o post falando sobre o grupo vem... E você, o que fazes da vida?! Mande notícias...

Abraço forte!