quarta-feira, 29 de julho de 2009
Felizzis MussumDayzis
Estou rachando o bico assistindo no YouTube os vídeos de Antonio Carlos Bernardes Gomes, o Mussum (1941-1994), cuja morte hoje completa 15 anos. Se você é daquele(a)s que odiava o Didi por ele sempre se dar bem em todos os quadros de Os Trapalhões, acha que Tião Macalé (1926-1993) - cujo nome real era Augusto Temístocles Silva - e Jorge Lafon (1953-2003) - nome de pia, Jorge Luis Sousa Lima - eram os caras (verdadeiros maloqueraços!) e curti uma branquinha - a cachaça, meu filho! -, seja bem-vindo(a)...
(Tião Macalé e Marina Miranda no Supermercado Disco)
Aliás, acabo de achar aqui na web um ferramenta que traduz tudo pra língua do Mussum: Mussumgrapher. Cheque aqui a brincadeira, é pra morrer de rir!
Fico pensando como seria divertido se tívessemos os três vagabundos juntos num filme barbarizando a Cidade Maravilhosa com suas piadas mais do que hilárias. Imagina Mussum fazendo piada sobre o medo que alguns tem das cotas, Lafond tirando onda com o movimento gay e o Tião Macalé zoando com a cara do Ronaldinho Gaúcho?! Meu São Beneditiz! A propósito, eu teria o maior prazer de também elaborar um script onde Didi, esse chato de galocha, se f...ria na mãos dos três pretos, uma espécie de vingança! Mas já que não é possível, assista dois videozinhos cheios de poeira do brother Mumu da Mangueira. Mussum, Tião e Jorge, R.I.P.!
E a Pirâmide 51...
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5 comentários:
Houve uma época em que eu não gostava muito do Mussum justamente porque ele me parecia muito ingênuo de cair nas armações do Didi e isso feria o meu orgulho racial, pra usar um termo engajado.
Depois eu comecei a entender o sentido de expressões que ele usava muito pra se dirigir ao Didi, como: Ô da farinha! Ô do Jabá! Filhote de Jegue!, hahahaha. Isso era muito engraçado.
Aliás, achei muito emblemático esse video do Mussum com a Arlete Salles. Esse esquema do beijo com o Mussum certamente a ajudava a matar as saudades do Tony Tornado, hahahaha.
mojana,
pegando estas expressões do mussum pro didi, eu vejo um reforço do estereótipo do nordestino e uma zoação com este estereótipo. Eu posso dizer que isto ofende a minha nordestinidade.
O didi é um migrante nordestino e o mussum é um negro carioca. Ambos são minorias políticas. Nas piadas em que o mussum leva a pior, podem reforçar uma hierarquia social em que o negro é inferior ao branco. Mas, os dizeres do mussum mostram que o didi é um branco de quinta categoria.
E nessas agressões entre minorias que ri de orelha a orelha são as elites eurodescentes - de imigrantes no sudeste e sul ou dos colonizadores no nordeste.
Na verdade, não quero desprestigiar o mussum. Nem Os Trapalhões. Só notei que o programa reproduzia preconceitos favoraveis às elites, não só contra os negros, mas também contra os nordestinos. Sem falar nos homossexuais - o zacarias e a vera verão.
Ainda assim, contraditoriamente eu adoro os trapalhões.
Kibe, seu blog é mt interessante. Obrigado.
Prezados Mojana e Vinnye Vices, Le Marquis de Saint-Vicent,
Muitíssimo obrigado pela leitura, comentários e elogios ao blog!
Concordo plenamente com a análise de Vinnye fez sobre a relação entre os três trapalhões (só faltou o Dedé, que era o carioca esperto, outro estereótipo). Contudo, teria duas observações ou provocações a serem feitas, se me permitem:
1) O Didi era um nordestino "empoderado", para usar um termo contemporâneo, já que sempre levava vantagem nas piadas contrariando os estereótipos atríbuidos aos nordestinos que migram para o sudeste/sul e cuja representação os coloca como ingênuos e ignorantes (na verdade, os quadros em que Didi aparece esses elementos são sempre apresentados, mas ao final revertem-se em benefício para ele próprio).
2) Questiono-me se é possível fazer humor sem recorrer necessariamente a estereótipos. Dias atrás assistia a alguns quadros da TV Pirata aqui na Internet, programa que foi ao ar no início dos anos 1990 e é anterior ao estabelecimento com força do politicamente correto. Fica difícil de imaginar um programa com aquele tipo de humor escrachado hoje e, talvez muito por conta disso, os programas humorísticos no Brasil entraram em declínio nos últimos 15 anos uma vez que os mesmos se nutriam com força desse formato.
Nos EUA há alguns exemplos de programas novos como "Curb Your Enthusiasm", cujo produtor e principal personagem é o criador de "Seinfield", Larry David. No geral, a parada segue a linha já consagrada por Woody Allen de situações inusitadas vividas por um judeu/americano que vive uma constante estranhamento da sua própria cultura/nação. Outro exemplo é o humor político de Jon Stewart, mas esse já é para uma público muito específico: mais progressista, educado, leitor de jornais, interessado em política e morador de grandes cidades.
Pois bem, fazer humor hoje em dia é para gente muito antenada e com muito jogo de cintura para não se queimar nos perigos do que pode/ou não pode e como deve/ou não deve ser dito ou satirizado.
Caso tenham interesse:
http://www.thedailyshow.com/
http://www.youtube.com/watch?v=uxsXHXIErHQ&feature=related
Abraços,
Márcio/Kibe.
NOOOOSSA que saudades amei o post..parabéns..
Thanks Beth!
Seja bem-vinda ao blog!
Abraço,
Márcio/Kibe.
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