domingo, 13 de fevereiro de 2011

Como Fazer a América!


 
"Nada escapa a Julius, o narrador do excelente livro de estréia de Teju Cole, Open City (2011). O livro se combina ao narrador, uma vez que ele é um psiquiatra por formação, e é através do seu olhar vigilante que o autor relata a experiência isoladora e frequentemente paranóica  de ser um imigrante de pele escura na Nova York pós 11 de Setembro. Como seu narrador, Cole, 35, cresceu na Nigéria antes de se mudar para a América e a história se passa não apenas em Manhattan e Brussels (onde Julius vai para férias prolongadas de inverno) mas também na Lagos da infância de Julius, onde ele foi criado por pai iorubá e mãe alemã. Veja, ele sempre foi de alguma forma deslocado. No retrato inteligente e refinado de Cole, Julius é levado para três cidades de três continentes repetidamente estabelecendo diálogos com almas solitárias como ele: pessoas lutando contra o rompimento emocional de ter várias pátrias, mas nenhum lar." (Texto de Sarah Goldstein, GQ Magazine, February 2011, página 39). Tradução: eu memo vagabundo, Kibe, an intellectual hustler!
 
Antes de ir embora, um gostinho de boa literatura: "No céu os ricos continuam sendo mais ricos que os pobres, já que estão acostumados à riqueza. No céu, os objetos, os móveis e as cidades são mais concretos e complexos que os de nossa Terra; as cores, mais variadas e vivídas. Os anjos de origem inglesa têm propensão à política; os judeus, ao comércio de jóias; os alemães andam com livros que consultam antes de responder. Como os muçulmanos estão acostumados à veneração de Maomé, Deus lhe propiciou um anjo que finge ser o Profeta. Os pobres de espírito e os ascetas estão excluídos dos gozos do paraíso porque não os compreenderiam" (Jorge Luis Borges [foto acima], "Os Anjos de Swedenborg" em O Livro dos Seres Imaginários [1995]).

Muita Paz Muito Amor!
* Post escrito ao som da rádio Slow Jamz, ouça AQUI