Parafraseando o poetinha, Vinícius de Morais (1913-1980),"As magras que me desculpem, mas um pouco de gordura é fundamental!" ou como dizia minha amiga Uju Anya, "Quem gosta de osso é cachorro!" É verdade, o Newyorkibe está celebrando o ideal de beleza feminino renascentista onde quilinhos a mais não são problema, muito pelo contrário.
Quando era um "aborrescente" tive uma namorada gordinha linda de morrer e após vários rolos com mulheres da categoria big and beautiful ainda continuo crescendo os olhos quando vejo uma mulher preta de proporções largas passando a minha frente. Adoro! Não quero ser essencialista ou coisa do tipo, mas há uma certa similaridade nos gostos meus e dos meus brothers tanto aqui nos EUA como no Brasil por mulheres não muito magras. Aliás, o fato de os homens brasileiros terem uma certa fissuração por bundas por ser visto como um exemplo de nosso pertencimento a diáspora negra e fruto da herança africana que marca a cultura brasileira (para felicidade de uns e tristeza de outros). Meus brothers aqui são loucos por bundas também, já os brancos... Peitos peitos e mais peitos!
Enquanto escrevo esse post tenho em minhas mãos um exemplar de Serafina, revista de variedades do jornal Folha de São Paulo, datada de 28 de junho de 2009. Há um ensaio/reportagem com cinco modelos negras intitulado Pérolas Negras que dá gosto de ver. Entretanto, que magreza! A mesma coisa pode ser dita da reportagem do New York Times intitulada African Influence on the Runways datada de março desse ano. Boa parte das mulheres negras/mestiças que eu conheço - isso não quer dizer que todas elas sejam assim - possuem curvas que receberiam um cartão vermelho de qualquer olheiro de agência de modelos. Eis a supremacia da magreza que leva algumas garotas - e homens também - a gastar horas e mais horas em academias, realizar dietas mil, lipoaspirações, participar de reality shows onde ganha que perder mais peso, usar medicamentos do mais diversos tipos e, em alguns casos mais extremos, acabar diagnosticados sofrendo de desordens psicológicas que levam a anorexia. Mas esse post não é para ser chato, deprê ou falar de doenças (m... já falei!).
Pois é, @s gordinh@s aqui nos EUA resolveram se organizar e combater o preconceito e a discriminação que sofrem na sociedade manifestando o seu desejo/direito de permanecerem gordos e não serem tratados de forma desigual. A NAAFA (National Association for Advanced of Fat Acceptance) já existe há 40 anos, mas ganhou mais visibilidade recentemente uma vez que há na sociedade atual uma espécie de caça as bruxas relacionada ao excesso de peso. Ele é acusado de ser o principal responsável pela disseminação de doenças como diabetes, ataques do coração e, por conta de ser interpretado como algo negativo do ponto de vista social, até mesmo empresas aéreas começam a cogitar a possibilidade de cobrar uma taxa sobre as passagens compradas por pessoas obesas. Uma das ativistas em favor do direito de ser gordo é Marylyn Wann, autora do livro Fat! So? cujo subtítulo é uma espécie de manifesto: "porque você não tem que se desculpar pelo seu tamanho!" Nem lá nem cá! É preciso abrir o debate e ouvir o que todos - médicos, obesos e ativistas - tem a dizer. A obesidade não pode ser satanizada numa discussão que cada vez mais cria contornos morais parecidos ao problema do uso de drogas. Exemplo disso, é que há vários tipos de obesidade sendo que algumas são mais perigosas do que outras. Outro ponto é que nem toda obesidade está diretamente relacionado a problemas de dieta. É preciso achar um meio termo - coisa difícil em se tratando de Estados Unidos - onde mulheres e homens grandes se mantenham saudáveis, mas que também cultivem seu prazer por terem alguns quilos a mais.
Mas se você quer saber mais do assunto, leia a reportagem do jornal O Estado de São Paulo sobre o tema. O NewYorkKibe quer na verdade escolher a Preta Gordelícia e celebrar a beleza da mulher preta grande. Para isso, selecionamos três pretas gordinhas, sexys, charmosas e talentosas daqui dos EUA. Enfim, big and beautiful! Um último ponto que deve ser ressaltado em favor das candidatas é que as três, todas cantoras, devem ser parabenizadas por suas canções, pois boa parte das letras levantam vários problemas vividos por mulheres negras aqui em vários outros lugares do mundo desde violência domiciliar, misôginia e carência afetiva. Big women!
CANDIDATA NÚMERO 1: Jill Scott (cantora e atriz). Assista a um vídeo da moça aqui
CANDIDATA NÚMERO 2: Queen Latifah (cantora e atriz). Assista um clip da senhorita aqui
PS: Tenho minhas dúvidas se Latifah deveria estar nessa lista, uma vez que ela andou fazendo comercial para um clube de dieta aqui nos EUA ano passado.
CANDIDATA NÚMERO 3: Angie Stone (cantora). Assista uma performance da sista aqui
Escolha a sua e viva a diversidade de corpos, gostos, raças e desejos!
Prezad@s,
Fazendo um update (7/8, 12:19 am) no post gostaria de enfatizar a coincidência das senhoritas do Tobossis terem realizado, como várias pessoas me alertaram por email e pelo comentário de uma das organizadoras (qual??? *rs*) do programa ao post, na quarta-feira de uma discussão justamente sobre o mesmo tema abordado no meu texto. Já fiz propaganda do Tobossis aqui tempos atrás e sugiro mais uma vez que acessem o blog das pretas soteropolitanas e confiram/assistam essa iniciativa que é muito boa.
Mais: atendendo a pedidos, inserimos mais uma candidata na competição da Preta Gordelícia...
CANDIDATA NÚMERO 4: Jennifer Hudson (cantora e atriz). Assista um vídeo da senhorita aqui
Muita Paz à Tod@s!
Quando era um "aborrescente" tive uma namorada gordinha linda de morrer e após vários rolos com mulheres da categoria big and beautiful ainda continuo crescendo os olhos quando vejo uma mulher preta de proporções largas passando a minha frente. Adoro! Não quero ser essencialista ou coisa do tipo, mas há uma certa similaridade nos gostos meus e dos meus brothers tanto aqui nos EUA como no Brasil por mulheres não muito magras. Aliás, o fato de os homens brasileiros terem uma certa fissuração por bundas por ser visto como um exemplo de nosso pertencimento a diáspora negra e fruto da herança africana que marca a cultura brasileira (para felicidade de uns e tristeza de outros). Meus brothers aqui são loucos por bundas também, já os brancos... Peitos peitos e mais peitos!
Enquanto escrevo esse post tenho em minhas mãos um exemplar de Serafina, revista de variedades do jornal Folha de São Paulo, datada de 28 de junho de 2009. Há um ensaio/reportagem com cinco modelos negras intitulado Pérolas Negras que dá gosto de ver. Entretanto, que magreza! A mesma coisa pode ser dita da reportagem do New York Times intitulada African Influence on the Runways datada de março desse ano. Boa parte das mulheres negras/mestiças que eu conheço - isso não quer dizer que todas elas sejam assim - possuem curvas que receberiam um cartão vermelho de qualquer olheiro de agência de modelos. Eis a supremacia da magreza que leva algumas garotas - e homens também - a gastar horas e mais horas em academias, realizar dietas mil, lipoaspirações, participar de reality shows onde ganha que perder mais peso, usar medicamentos do mais diversos tipos e, em alguns casos mais extremos, acabar diagnosticados sofrendo de desordens psicológicas que levam a anorexia. Mas esse post não é para ser chato, deprê ou falar de doenças (m... já falei!).
Pois é, @s gordinh@s aqui nos EUA resolveram se organizar e combater o preconceito e a discriminação que sofrem na sociedade manifestando o seu desejo/direito de permanecerem gordos e não serem tratados de forma desigual. A NAAFA (National Association for Advanced of Fat Acceptance) já existe há 40 anos, mas ganhou mais visibilidade recentemente uma vez que há na sociedade atual uma espécie de caça as bruxas relacionada ao excesso de peso. Ele é acusado de ser o principal responsável pela disseminação de doenças como diabetes, ataques do coração e, por conta de ser interpretado como algo negativo do ponto de vista social, até mesmo empresas aéreas começam a cogitar a possibilidade de cobrar uma taxa sobre as passagens compradas por pessoas obesas. Uma das ativistas em favor do direito de ser gordo é Marylyn Wann, autora do livro Fat! So? cujo subtítulo é uma espécie de manifesto: "porque você não tem que se desculpar pelo seu tamanho!" Nem lá nem cá! É preciso abrir o debate e ouvir o que todos - médicos, obesos e ativistas - tem a dizer. A obesidade não pode ser satanizada numa discussão que cada vez mais cria contornos morais parecidos ao problema do uso de drogas. Exemplo disso, é que há vários tipos de obesidade sendo que algumas são mais perigosas do que outras. Outro ponto é que nem toda obesidade está diretamente relacionado a problemas de dieta. É preciso achar um meio termo - coisa difícil em se tratando de Estados Unidos - onde mulheres e homens grandes se mantenham saudáveis, mas que também cultivem seu prazer por terem alguns quilos a mais.
Mas se você quer saber mais do assunto, leia a reportagem do jornal O Estado de São Paulo sobre o tema. O NewYorkKibe quer na verdade escolher a Preta Gordelícia e celebrar a beleza da mulher preta grande. Para isso, selecionamos três pretas gordinhas, sexys, charmosas e talentosas daqui dos EUA. Enfim, big and beautiful! Um último ponto que deve ser ressaltado em favor das candidatas é que as três, todas cantoras, devem ser parabenizadas por suas canções, pois boa parte das letras levantam vários problemas vividos por mulheres negras aqui em vários outros lugares do mundo desde violência domiciliar, misôginia e carência afetiva. Big women!
CANDIDATA NÚMERO 1: Jill Scott (cantora e atriz). Assista a um vídeo da moça aqui
CANDIDATA NÚMERO 2: Queen Latifah (cantora e atriz). Assista um clip da senhorita aqui
PS: Tenho minhas dúvidas se Latifah deveria estar nessa lista, uma vez que ela andou fazendo comercial para um clube de dieta aqui nos EUA ano passado.
CANDIDATA NÚMERO 3: Angie Stone (cantora). Assista uma performance da sista aqui
Escolha a sua e viva a diversidade de corpos, gostos, raças e desejos!
Prezad@s,
Fazendo um update (7/8, 12:19 am) no post gostaria de enfatizar a coincidência das senhoritas do Tobossis terem realizado, como várias pessoas me alertaram por email e pelo comentário de uma das organizadoras (qual??? *rs*) do programa ao post, na quarta-feira de uma discussão justamente sobre o mesmo tema abordado no meu texto. Já fiz propaganda do Tobossis aqui tempos atrás e sugiro mais uma vez que acessem o blog das pretas soteropolitanas e confiram/assistam essa iniciativa que é muito boa.
Mais: atendendo a pedidos, inserimos mais uma candidata na competição da Preta Gordelícia...
CANDIDATA NÚMERO 4: Jennifer Hudson (cantora e atriz). Assista um vídeo da senhorita aqui
Muita Paz à Tod@s!
20 comentários:
Estou de pleno acordo com sua amiga Uju Anya "Quem gosta de osso é cachorro".Agora escolher uma das candidatas fica muito difícil então... fico com todas! hahahaha Abraços e parabéns pelo post,Lafa.
Jill Scott!
"I like big butts and I can't deny!"
Cara, faz um concurso desses na Antropologia, há sérias concorrentes!
Mas se eu pudesse escolher, escolheria a Jenifer Hudson.
Vocês homens são tão engraçados! Ainda não vi nenhum de vocês pendurado em alguma gorda (essas que vocês falaram não contam porque são ricas e artistas, logo, podem estar sempre bonitas e bem vestidas), rsrsrsrsrs.
Vamos evitar os exageros. Uma coisa é falar numa mulher que está fora do padrão 90-60-90 como é o caso da maioria, outra coisa bem diferente, é falar em gente obesa, sejam homens ou mulheres. Já imaginou aqueles caras do Fat Family pelados? Não tem tesão que dê jeito, até porque, ninguém namora ou casa ou trepa pra agradar só a si mesmo. Em maior ou menor medida, sempre rola uma preocupação com a forma como o seu relacionamento vai ser visto pelos outros e até onde eu tenho conseguido observar, vencer os preconceitos alheios mas, principalmente os próprios, não tem sido um grande mérito de muitas pessoas.
O debate é mais que atual!! É necessário que se reveja como criamos os nossos filhos e especialmente as nossas filhas (homens gordos são aceitos com mais facilidade em todas as sociedades); existem mulheres que passam a vida inteira deprimidas, aceitando qlq relacionamento pq acham que foram agraciadas com o 'tal'. A questão da diferença, nesse caso estética, vem ditando quais mulheres podem ser felizes e quais não; qnd essa mulher é além de tudo isso negra o caso ou matter, como vcs dizem por aí, ganha proporções surreais, como as inúmeras histórias que ouvimos diariamente e que o programa Tobossis-Virando a Mesa abordou essa semana (www.tobossis.blogspot.com).
Qnt as cantoras, sou fã de todas as 3, especialmente Angie e Jill... mas se seu pudesse escolher uma mulher no post, seria a modelo da primeira foto, qnt sensualidade!!! Meu voto vai para a senhora Scott!
é, ninguém gosta de comer osso, nem os "cachorros"!... agora se mostrar pra sociedade com a carne que é/foi/será comida já é outra coisa, tenho de concordar totalmente com a Mojana: o que é conveniente mostrar passando por cima dos seus preconceitos e da preocupação com o preconceito alheio?...
ah, e ter bundão não significa estar acima do peso ou das medidas pré-fixadas, principalmente aqui no Brasil... é só ver as imagens que associam às "musas" brasileiras cantadas nas músicas de vinícius e cia.
mas, eu voto na Jill! maravilhosa!
Concordo com você nem 8 nem 80. Não faço apologia da obesidade, sei que ela PODE causar alguns transtornos de saúde. Mas ela PODE e não necessariamente causa. Se fosse assim magreza sinônimo de saude e nós sabemos muito bem que não é. Problemas alimentares todo mundo tem até porque conta-se nos dedos quantas pessoas conseguem se alimentar de forma saudável mesmo. O que eu acho que precisa entrar em vigor é que gordo - saudável ou não - tem o direito de ser o que é e não é ninguém menos porque pesa mais.
PS: meu voto também é da Jill Scott
É, eu voto na Jennifer Hudson, mas quero apenas registrar que ela também já entrou na onda das dietas, assim como a Queen Latifah, rsrsrs
Prezad@s,
Gostaria de agradecer à tod@s que fizeram comentários e votaram na nosso concurso. Quero dizer que todas as opiniões emitidas são importantes no sentido de apresentar perspectivas diferentes sobre o mesmo assunto. É somente assim que podemos ter uma visão mais apurada e pluralista das coisas/problemas/polêmicas que nos cercam cotidianamente.
Ainda esperarei mais alguns dias para fechar a votação, mas de antemão já dá pra ter uma idéia de quem será a Preta Gordelícia do nosso blog, não?!
Abraço carinhoso,
Márcio/Kibe.
Kibeeeee, a temática deste post é muito, muito interessante! Concordo com Tobossis com relação à extrema sensualidade da gordelícia da primeira foto. Que quadril mais sinuoso, minha nossa!rsrsrsrs
Concordo também com os comentários sobre a contradição que muitos homens vivem, ao se deliciarem com as gorduras extras de mulheres grandes, mas só namorarem meninas mais de acordo o padrão estético. Isso é legal para refletir...
Vc já deve saber qual é o meu voto, né? Apesar de admirar muito Hudson, adoro Scott desde que um amigo chamou atenção para o fato de que suas letras tratavam quase que exclusivamente de sexo e comida. Duas coisas ultra-deliciosas na vida, não?
Agora, por que tão poucos homens votaram na sua gordelícia? Cadê os homens aqui? rsrsrsrsrsrsrsrsrsrsrsr
Beijos gordos!
Olá Marcelo,
Primeiro, gostaria que você tivesse um pouco mais de atenção para algumas coisas que escreve.
Você se propõe aqui a valorizar um outro tipo de beleza, enquanto desvaloriza a magreza.
Bem, sou magra, aliás, muito magra. E não pense que também é fácil! A mídia fez com que você acreditasse que sim, que ser magra é a solução para os problemas da mulher!
É muito difícil se aceitar, principalmente hoje em dia com a ditadura da beleza, imposta principalmente às mulheres.
Você, como homem, pode saber e tentar entender que ela existe, mas nunca sentirá o que nós mulheres sentimos. E por isso, comentários como os que você faz, tanto em relação à magreza ou mesmo na crítica à atitude de Queen Latifah com o comercial da dieta, são infelizes.
Nenhuma mulher comum, seja ela gorda ou magra, está nos padrões, já que eles são ridículos.
E para as mulheres negras, como eu, pior ainda. Qualquer tipo físico nunca será suficiente, já que sou negra. Você não acompanhou as discussões do SPFW sobre as cotas para negros nos desfiles? Será que você leu alguns comentários de estilistas que disseram que hoje não há negros profissionais para as passarelas?
Por isso, Marcelo, independente de suas preferências individuais, se você propõe aqui a valorizar as mulheres negras, que tenha cuidado para não escorregar nos seus próprios preconceitos e atitudes machistas.
Bem, mas isso é só um puchãozinho de orelha. Parabéns pelo blog. Acompanho com muito agrado!
Abraços,
Larissa
http://www.larissalisboa.blogspot.com/
Ah, e desculpe pelo "Marcelo". ahahahaha...
Prezada Larissa,
Muitíssimo obrigado pela leitura do blog e comentário ao post.
O objetivo do texto foi na verdade de levantar a discussão sobre a predominância de um padrão estético (magro) do qual mulheres com mais peso estão totalmente excluídas. Qualquer discussão que coloque foque estética, cor/raça, gênero, orientação sexual e idade é escorregadia porque quando lançamos luz sobre uma categoria deixamos outra de fora. Tempos atrás postei aqui um texto elogiando a beleza de mulheres negras que usam dreadlocks e, meses depois numa visita ao Brasil, fui criticado por uma amiga, uma vez que na opinião dela eu ofendia/desvalorizava a beleza de mulheres que não usam locks. Pois bem, acho que a analogia do cobertor curto faz sentido aqui, ou seja, quando se cobre a cabeça automaticamente se descobre os pés e vice-versa.
Minha posição é sempre pela defesa da diversidade de formas, tamanhos, gostos, gêneros/sexos, tons de pele etc. Lembre-se de como termino o post: "Escolha a sua (preta gordelícia) e viva a diversidade de corpos, gostos, raças e desejos!" Ainda faço uma ressalva quando afirmo que, nem todas as mulheres estão fora desse padrão exigido nas passarelas. Por outro lado, penso que não podemos homogeneizar as diferenças, pois cada uma tem a sua especificidade. Nessa perspectiva, acho seriamente que mulheres gordas sofrem muito mais preconceito, tem mais dificuldade de se aceitar enquanto belas e até são acusadas de negligentes e responsáveis por sua situação. Dentro dessa lógica, usei a inversão no meu texto e somente afirmei minha predilação por mulheres de formas largas com o objetivo de questionar os padrões vigentes e aceitos acriticamente. E, assim sendo, peço licença para discordar de você, pois acho sim que determinadas mulheres - negras ou não - estão mais dentro do padrão do que outras.
Em relação aos profissionais que afirmam não existir modelos negr@s, acho que, em se tratando de Brasil, já era esperado. O país que tem a segunda maior população negra/mestiça fora da África possui uma representação ínfima desse contingente da população nas mais diversas formas de mídia (TV, jornais, revistas etc). Isso aponta, na verdade, para a existência de um outro padrão: o eterno desejo de sermos uma nação "branca", mas que tem uma pedra no sapato, sua população majoritariamente negra e mestiça. Mais: sempre me pergunto quem produz as representações de país que circulam na mídia e a quais interesses elas estão vinculados. Isso tem mudado pouco a pouco, mas os caras do mundo da moda ainda continuam admirando e contratando Naomi Campbel para seus desfiles no Brasil afirmando que não se existem modelos negr@s tupiniquins. Ou seja, o lance é primeiramente político e secundariamente mercadológico.
Quanto ao lance de ser sido preconceituoso e machista, sinceramente, acho que as afirmações colocadas no início do post podem ter sido um pouco fortes. Assim peço desculpas caso tenha ofendido você ou outra leitora do blog com meu texto. Porém, um ponto deve ser levantado: penso que deve existir mais diálogo entre homens e mulheres no sentido de qualificar melhor o que são atitudes machistas. Você tem razão quano afirma que eu, por não ser mulher, nunca me sentirei ou vivenciarei experiências como uma. Entretanto, isso não impede que homens desenvolvam certa sensibilidade para os problemas que afligem as relações de gênero e são vividos subjetivamente por mulheres. Contudo, isso só pode ser realizado pelo diálogo aberto.
Um forte abraço,
Márcio/Kibe.
E a Lil' Kim?
A mulher mexe bem!
Kibe!
sempre leio seu blog, mas como boa preguiçosa que sou nunca comentei seus textos super criativos e interessantes, mas nesse não resisti e venci a preguiça.
Adorei!!! O que importa é ver o belo, que é absolutamente relativo e que vai muito além de qualquer padronização. Sempre fui acima do peso e independente do que os outros pensem o que me faz bela é meu amor próprio, quem se valoriza se faz ser belo... quem souber apreciar essa beleza que seja bem vindo. Esse sempre foi meu lema.
Preconceitos sempre há pra tudo nesse mundo, o que nós cabe é combatê-los, ainda que isso canse às vezes.
beijocas,
Karin
Alex, acho que a Lil Kim não se encaixa muito no padrão gordelícia. Mas enfim...
Karin, realmente sou a favor da diversidade de padrões e formas. Obrigado pela leitura e comentário bastante insightful!
Abraço em ambos,
Márcio/Kibe.
Angie Stone . . . minha irmã + velha! Dar 1 apoio pra família . . . rs*
Jill Scott, pois ela tem um sorriso maravilhoso e um astral sensacional!
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