quinta-feira, 4 de setembro de 2008

Mulheres e estilo em NYC


Pois bem, alguns amigo(a)s comentaram que ando sendo muito tendêncioso nas minhas pouco fundamentadas impressões sobre os EUA ou, mais especificamente, sobre os nova-iorquinos. Como tentei ser um bom aluno de ciências sociais na época de graduação, tirando proveito de algumas lições de antropologia, não quero deixar o blog cair numa lógica "etnocêntrica" (algo que, não posso deixar de comentar, seria um pouquinho divertido). Então vou maneirar as minhas comparações entre USA e Brasil e parar de puxar a sardinha para o lado da cultura brasileira. E pensar que sempre me acusaram de ser "americanizado"!

O assunto de hoje é "mulheres". Bem, NYC é uma cidade cheia delas e, sem sombra de dúvida, o lugar mais liberal em termos de relacionamento dos USA pelo que percebi em algumas conversas com amigo(a)s. Acho que por aqui ele(a)s até conseguem entender o que é o nosso "ficar" (acho que o termo para isso seria one-night stand, mas essa parada envolve necessariamente sexo).

Comecemos do início: tem mulher de baciada aqui. De todos os jeitos, tipos, cores, tamanhos, sabores, estilos e, obviamente, feias e bonitas - e como dizia o poeta Vinícius, “beleza é fundamental! Tenho reparado mais nas negras (minha especialidade) e estou num misto de surpreso com curioso. Esqueça os videoclipes de hip hop e R&B, a maioria das negras que você encontra por aqui é normal e não super modelos como a Tyra Banks e Naomi Campbel (que nem americana é!) ou cantoras hiper gatas tipo Alicia Keys ou Toni Braxton ou ainda atrizes de blaxploitation tipo Love Jones (Uma loucura chamada amor) ou Brownsugar (No balanço do amor). No início fiquei um pouco decepcionado, pois só estava andando pelo Harlem e lá as garotas não andam tão produzidas, afinal, é uma área mais residencial e todo mundo fica bem à vontade de chinelão e calça moleton. Tem o lance também da classe. A parte do Harlem que eu moro não me parece muito classe média. Para ver as pretas produzidas foi necessário eu circular mais pela área da New School, ou seja, Greenwich East Village. É uma parte descolada da cidade, assim como a Vila Madalena em Sampa. Há uma série de barzinhos, restaurantes, lojinhas de badulaques, feiras de produtos naturais, artesanato, várias escolas (New School e NYU são apenas duas das várias), enfim, é um local no qual as pessoas se produzem para vir ou se moram na área (os felizardos que tem grana para isso) se produzem para sair de casa. A partir desse momento comecei a ver várias pretas gatas. Inclusive na faculdade há algumas bem bonitas.

O meu amigo Vandão vai se sentir no paraíso aqui, pois há várias pretas gordinhas estilosas. Contudo, uma coisa que enche um pouco saco é esse lance da pose e do estilo. Todo mundo tenta (ou precisa obrigatoriamente) ter um estilo, mas as pessoas parecem muito vazias por dentro. A moda hip hop, diga-se de passagem, muitas vezes é exageradamente ridícula por aqui: já vi uns negrões usando umas bermudas ou calças bem abaixo da bunda e se sentindo o máximo (lembro do Flávio e do Raphael: hip hop Taboão total, meus caros!).

Mas voltemos às mulheres: as brancas de NYC também são problema! Obviamente que elas não conseguem competir com as negras e latinas em matéria de bunda (algumas tem a bunda larga, mas não redonda como nós brasileiros gostamos tanto), mas são bem bonitas e produzidinhas também. Algumas indianas são maravilhosas, apesar de ser difícil ver alguma que tenha corpo violão. Há muitas asiáticas que por aqui não são necessariamente do Japão, mas podem ser oriundas da China, Coréia, Taiwan, Vietnã e Tailândia. Às vezes confundo latinas com asiáticas, já que algumas são muito parecidas. Porém, meu olhar já está entrando na lógica yankee. Já dizia Franz Boas que o olho que vê é o orgão da tradição!

Uma coisa que me achou a atenção no estilo dos negros aqui é o lance das tatuagens. Caralho, quase toda a negrada tem tatuagem! Não estou falando só de jovens na casa dos vinte anos não, mas de uns tiozões e tiazonas na alto dos quarenta anos e tra lá lá lá. Todo mundo com tatoos nos braços, pulsos, peitos, ombros, costas, pescoços, ou seja, por toda parte socialmente exposta do corpo. Estou enfatizando isso porque é uma coisa específica da negrada, não notei algo parecido em outros grupos raciais. Fico me perguntando se essa parada vem da "cultura" hip hop pela influência das gangues e da jail culture que acabou estilizando e difundindo a tatuagem entre a população afro-americana (li na The Source desse mês num debate entre Cornel West e Michael Eric Dyson sobre o futuro do hip hop, que na população carcerária norte-americana, constituída de 2 milhões de indivíduos, os negros são nada mais nada menos do que 900 mil). Particularmente, fiquei um pouco assustado com o lance das tatoos (e acho que pode até ser certo preconceito do fulano aqui que já está ficando tiozão também). Como resultado,variás pretas nova-iorquinas também tem a pele coberta por tatuagens. Contudo, preciso ainda verificar se há um corte de classe nesse utilização das tatuagens como adorno corporal, já que as negras de classe média que vi circulando pela faculdade ou pelo Village já não ostentavam as ditas cujas marquinhas corporais.

Resumindo, acho que não são muitas as diferenças entre as pretas daí e as daqui. Contudo, aqui as minas têm mais estilo porque o acesso a essa parafernália hip hop, por exemplo, é mais fácil do que no Brasil. Mesmo outros tipos de roupas e acessórios custam mais em conta aqui do que no Brasil (ainda considerando a recessão que os EUA vivem atualmente). Em um tópico futuro vou mostrar como dá pra ficar estilosão/estilosona em NYC com apenas US$ 100.

O cabelo da moda entre as afro-americanas por aqui parece ser o estilo Rihanna (a senhorita da foto), mas é possível encontrar negras usando tranças dos mais variados tipos, com a cabeça raspada, com o cabelo pintado de loiro (a la Keisha Cole) e, com certeza, muito mais minas com dreadlocks (bem cuidados, diga-se de passagem!) do que qualquer outro lugar que já estive. Agora, o que não perde força por aqui são os alisamentos: as afro-americanas continuam torrando o belo naquelas pranchas que os militantes do movimento negro tanto odeiam. Seria legal imaginar um protesto na década de 70 aí no Brasil ou aqui nos EUA com os ativistas negros jogando fora os pentes de ferro de alisar e/ou as pranchas. Mas para hoje em dia acho que a parada iria ficar démodé. Afinal, não é porque a mina alisa o cabelo que está renegando a sua negritude, não? Nesse aspecto é até legal fazer uma comparação dessas minhas impressões com o texto sobre cabelo que escrevi há uns quatro anos atrás e postei semana passada ou retrasada aqui no blog.

Depois escrevo mais, preciso ir para uma aula agora! (escrevi esse texto à tarde, mas estou postando só agora de madrugada).

12 comentários:

Curso de História - Miguel Maluhy disse...

Rihanna não dá! Ela tem cara de mongolóide. O panorama que você fez da mulherada de NY é o mesmo do campus da Howard: as garotas estão longe ser aquelas coisas gostosas dos clipes, mas aquelas que têm estilo...

Márcio Macedo disse...

Porra Flávio, como você foi maldoso com a Rihanna! *rs* Acho ela gatinha, mas muito magra para o meu gosto. Contudo, a tendência do corte de cabelo é bastante óbvia.

Anônimo disse...

Pelos seus comentários vejo que eu teria sérios problemas para me enturmar com a gente preta daí, já que não curto essa estética hip hop - pra mim existem poucas coisas piores do que ver um cara com as calças caindo, rs - e odeio tatuagens...fora isso, nada contra a Rihanna, rsrsrsrs.

Márcio Macedo disse...

No problem Mojana, tem umas pretas por aqui que se parecem com o seu estilo "social sport-chic". E, alias, sao extremamente elegantes.A roupa por aqui e muito mais barata que no Brasil pelo que tenho percebido. Na 125 Street do Harlem tem ate uma loja especializada em gordinhas. Sacoleiro(a)s do Brasil sejam bem vindos!

RAPHAEL disse...

AI...É O SEGUINTE...
PRA MIM A RIHANNA É MÓ GATA, MAS ISSO É SÓ POR CAUSA DA BELEZA MISTA DELA.(NIGUINHA MASCAVINHA DO ZOIO VERDE)!!!

QUANTO AO EUA...EU JÁ SABIA QUE ERA PURA ILUSÃO!!!!
É IGUAL A GALERA DO NORTE-NORDESTE (NADA CONTRA), QUE VEM PRA SÃO PAULO...ACHA QUE AQUI NINGUEM FICA SEM EMPREGO!!!!
AI FICA VENDENDO BALA NO FAROL E MANDANDO CARTA PRO "DE VOLTA PRA MINHA TERRA" PROS CARAS LEVAREM ELES DE VOLTA!!!!

QUANTO AS TATTOOS...A NOTICIA SÓ ME DEU MAIS CORAGEM PRA FAZER A MINHA!! RSRS
TAVA MO CARA PENSANDO SE FAZIA UMA OU NÃO...AGORA...FUDEU!!!!

PS: KIBE ME TIRA DUAS DUVIDAS AI DOS STAITS
1- O QUE SIGNIFICA "SADDLE-BAG"???
2- É VERDADE QUE QUASE TODAS AS NEGAS AI TEM UMA BUNDA ENORME DE SILICONE???

ABS PRA TODOS

RAPHAEL disse...

AI GENTE...ESSE DE CIMA SOU EU...
CARALHO DE BLOG HEIN!!!
NUM DA NEM PRA DEIXAR UMA LETRA, QUE JA TEM Q SE CADASTRAR!!!!
ODEIO ME CADASTRAR!!!!!

Márcio Macedo disse...

Fala Rafael,
Sinceramente não sei o que significa essa expressão "saddle-bag", mas vou consultar meu dictionary here, hold on... So, "saddle" é sela (que se usa para montar cavalos) e "saddlebag" pode ser tanto uma bolsa que se usa no cavalo que se monta como em motocicletas. Além disso, "saddle" pode ser usado como verbo também e aí significa encarregar alguém de algo.
Cara, as negras de NYC, como eu disse no texto, são parecidas as negras de SP. Esqueça essa parada de que todas tem bunda grande ou peito de silicone. Contudo, a produção das minas por aqui é muito maior, já que esses artigos da "cultura" hip hop são "carne de vaca" aqui nos States, todo mundo tem, todo compra, todo mundo usa!
Bem, sobre a sua tatto, veja bem onde você irá colocá-la e lembre-se do seu trampo, nego! Nada contra as mesmas, mas acho que já passei da idade para isso.
Sobre o lance do blog, tentei configurar a parada para receber comentários de qualquer um sem necessariamente ter que se registrar, mas parece que ainda não deu certo.
Abraço com saudades,

Anônimo disse...

Pois é, se eu não der certo nesse negócio de relações internacionais, já tenho um novo ramo de trabalho em vista "importação e exportação". Começo a vender biquinis e cera pra depilação - pra turma andar ver no "brazilian wax" e terei grana suficiente pra gastar em todas as lojas para gordas em NY. Vou virar a Queen Latifah!
P.S.: Quanto ao negócio do cadastro, pra mim já deu certo. Não precisei preencher nada.

Márcio Macedo disse...

Sinto muito Mojana, mas Queen Latifah não pode ser mais referência para você. Ela anda aparecendo na TV daqui fazendo propaganda do Jenny Craig que é um cara que criou um programa de emagrecimento e, segundo ela, desde que passou a fazer parte desse programa já perdeu uma porrada de quilos e teve uma baixa no nível de colesterol. A nega daqui a pouco vai estar disputando o lugar da Rihanna *rs*. Dê uma olhada em:
http://www.jennycraig.com/queenlatifah
Beijos,

Márcio Macedo disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Renata F.M. Astrogilda da Silva disse...

flávio o termo mongolóide não é o correto a ser dito...
ela só é nhinhinha demais mas é muito bonita...
referente a loja pra gordinhas....
aqui tb tem...o que não tem é para as médias....rs
que não é 42 mas tb não é 44 e 46 fica larga...entende?
rs
bjs

Márcio Macedo disse...

Porra Renata, manda essas nega média pra costureira, porra! *rs* Aqui tudo que se relaciona ao Brasil tem haver com sexo. Hoje tava no shopping de Stamford (CT) e vi um comercial que dizia que havia chego o "Brazilian jeans" numa loja tal. Adivinha como era a propaganda? Uma garota morena (com cara de latina) de costas mostrando a bunda arebitada (e que bunda!). Brasil mostra a sua cara já dizia o falecido Cazuza!!!!! *rs*