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41 anos depois do lançamento de Kind, o jornalista de jazz Ashley Kahn lançou um livro homônimo contando a história da produção do álbum. O texto é uma espécie de biografia da obra onde se entrelaçam trajetórias de músicos e produtores, do gênero musical jazz, da cidade de Nova York, da gravadora Columbia Records e outros elementos que estão associados ao mundo da mais genuína música norte-americana. Exemplos disso são as referências do escritor a sofisticação de Davis que lhe valeu durante várias vezes o posto de homem mais bem vestido do mundo, as disputas entre os músicos de jazz no que diz respeito a lançamentos de discos e criação de novos estilos e os atritos que Davis tinha com seu quarteto/sexteto devido sua personalidade forte, mas que, ao mesmo tempo, era responsável pelas ótimas performances e atuações da banda dentro e fora do estúdio. Sugestão: se comprar o livro, leia-o ouvindo o disco. Não vai se arrepender!
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O sucesso do livro de Kahn foi tamanha que o jornalista investiu em outro cujo tema era o também clássico álbum de outro jazzista: A Love Supreme de John Coltrane. O jornalista segue a mesma fórmula do livro anterior e esmiuça as lendas que envolvem a feitura do disco mais famoso de Coltrane. Pelo livro é possível perceber como toda a produção do músico está vinculada a uma busca pessoal por perfeição que sempre esteve presente em Coltrane, mas que se intensificou após seu rompimento com as drogas, mais especificamente heroína. O jazzista fez um juramento/promessa que sua música, a partir daquele momento, seria oferecida a Deus, o qual o havia salvado. Desse modo, o músico concebia sua produção musical como uma espécie de oferta a Deus que deveria ser posta a seu serviço trazendo comforto àqueles que a ouvissem. Sendo assim, o uso das drogas foi trocado por uma obsessão em aperfeiçoar seu estilo e experimentos com dois tipos de saxofone (alto e soprano) além de um interesse contínua por várias formas distintas de fé. A Love Supreme - o livro - também já está disponível para o público em português. Compre, leia-o ouvindo o disco, experimentando a sua forma de fé e certo de que love is supreme!
4 comentários:
O som dele trás aquilo que eu chamo de Suavidade... muito bom...
Kibe ,essa foi a melhor fase do Miles.Tive esse disco ,não tenho mais e vou seguir seu conselho.Comprar ou baixar ou até mesmo roubar!Grande abraço!
Coincidentemente tô ouvindo o Love Supreme agora!! Continua na lista dos 10+... E o livro está na lista dos 50 que ainda não consegui ler... hehe
beijão Kibe!
Hey Jac 1 (a ordem é de acordo com a elaboração dos comments :),
Lembro que a primeira vez que ouvi Kind of Blue literalmente quase chorei. Esse disco é muito lindo!
Lafa,
Gosto muito de Miles nos anos 1970 também com aquele som mais eletrônico/fusion. Mas cada um curte um aspecto da obra dele e essa é a grande qualidade de um gênio, se reinventar sempre, não acha?
Hi Jac 2,
Se a conheço bem, você deve estar em apuros porque o deve ter de livro bom pra ler aí na sua casa! ...hahahahaha... Leu o Bastide pelo menos?
Obrigado à tod@s pela leitura e comentários!
Abraço,
Márcio/Kibe.
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