5- O Homem Comum (2006). Philip Roth. Companhia das Letras. São Paulo. R$ 36 (em média). Philip Roth - foto acima - é um escritor que ganhou notoriedade nos anos 1970 nos Estados Unidos ao trazer o lado mais obscuro (e até aquela época evitado de se falar em público) da classe média norte-americana. Seus temas preferidos giram sempre em torno de adultério, sexo, decadência, solidão, morte e conflitos familiares. O Homem Comum segue essa cartilha ao descrever a trajetória de um homem no alto dos seus sessenta anos que faz um longo e doloroso exercício de auto-reflexão sobre sua vida. Fracassos, alegrias, tristezas, traições, infortúnios, sonhos não realizados, mediocridade e desejos reprimidos se escondem atrás do cotidiano desse ex publicitário morador da ilha Manhattan que se culpa por ter sufocado seu sonho de se tornar um pintor abstracionista em busca de segurança financeira. A estabilidade em termos monetários não seria acompanhada por um casamento feliz que ele se sente responsável pelo fracasso. O livro de Roth fala de decadência – seguindo a linha de Nadime Gordimer no livro dela descrito há alguns posts atrás - e morte, temas que não são muito agradáveis de serem desfrutados mesmo num livro relativamente curto como O Homem Comum. Minha recomendação é: não presentei ninguém com mais de sessenta anos com esse livro. Boa escrita, mas o tema e a estética de Roth trazem tristeza e depressão ao/a leitor/a. E olha que eu nem cheguei nos quarenta ainda...
Muita Paz, Muito Amor!