Bem, todo mundo já sabe que o Obama conseguiu a nominação democrata na convenção ocorrida em Denver e proferiu um discurso não tão brilhante - mesmo assim bom pra caralho - quanto aquele referente à polêmica com o seu ex-pastor “fode a firma” Reverendo Jeremiah Wright Jr., mas que passou por todos os grandes temas que irão pautar os debates na corrida presidencial americana neste restinho de ano (caramba, faltam só quatro meses para acabar o ano). Nos jornais norte-americanos não se fala de outra coisa. Estou diante de um New York Post cuja capa é a foto de Obama acenando para a multidão que assistiu o seu discurso com os dizeres: The dream live: Barack Obama makes history. Uau, parece que cheguei nos Estados Unidos perto de presenciar algo só parecido ao nascimento do movimento pelos direitos civis liderado por nada mais nada menos do que o Sr. Martin Luther King Jr..
Pois é, mas ando meio isolado desses acontecimentos devido à burocracia da New School e a correria de sempre. Ontem e hoje tive que resolver problemas relativos à minha matrícula e me vi diante de uma situação cômica: tive que falar com um diretor de algum departamento burocrático e, nessa ocasião, pude sentir como rola a formalidade americana. Praticamente tive uma reunião a portas fechadas com um tiozinho que usava uma gravata ridícula com desenhos de criança, mas que criou um ambiente que deixava qualquer caboclo aterrorizado. Primeiro esperei num corredor até ser chamado, depois fui anunciado e convidado a entrar na sala e me sentar. O senhor, que aparentava ter uns cinqüenta anos, me explicou a situação de uma maneira muito formal e disse que um dos problemas só poderia ter uma resolução no dia seguinte, já que ele necessitava consultar um superior. Sai da sala tremendo como se fosse um aluno da segunda série primária que fora repreendido pelo diretor da escola e sabe que o mesmo irá ligar para os pais e contar todo o ocorrido. Resultado: cinta na bunda quando chegar em casa. No outro dia ainda tive que falar com o tiozinho de novo, mas desta vez ele foi mais tranqüilo e disse que tudo estava resolvido e me desejou um bom semestre. Ao final da conversa o burocrata me acompanhou ate a porta e disse que nao poderia apertar a minha mao, pois estava com a mesma suja de alguma coisa que estava comendo. Alias, esses americanos comem o tempo todo em qualquer lugar: que coisa nojenta!
Para resolver outro pepino, esse relacionado a uma vacina que não tomei no Brasil, fui a um posto de saúde em NYC onde poderia ser vacinado na faixa, já que no Student Health Services/Immunization da universidade eu teria que desembolsar US$ 25 para ser “shotado” (have a shot). Bem, o atendimento dos funcionários e rápido, mas não muito amigável. Até entendo, pois a maioria das pessoas que aparece por lá não são americanos natos e tem um inglês horrível parecido com o meu. Preenchi uma porrada de formulários, peguei duas filas e, finalmente, tomei minha vacina com uma enfermeira que se tratava de uma senhora negra muito simpática chamada Ms. Brown (com certeza não é avó de nenhum dos dois Browns nossos!). Mesmo tendo um monte de gente atrás de mim para ser atendido, ela ainda teve tempo de contar um pouco da historia de vida dela falando que tinha estudado numa escola na Pensilvânia na qual era a única negra e que a maioria dos professores não a estimulavam a ir para a universidade. Detalhe: tudo isso ocorreu, segundo ela, antes da II Guerra Mundial. Estendendo a conversa, comentei de uma passagem da autobiografia de Malcolm X que tinha lido na qual um professor dele do colegial o desestimulava a ir para a universidade e se tornar advogado (que era o seu desejo), mas o aconselhava a fazer algo prático como tornar-se um carpinteiro ou algo do tipo. Bem, a Senhora Brown me inspirou o dia e acho que na verdade ela era uma das muitas pessoas negras norte-americanas que estava radiante na manhã de sexta, depois de assistir o discurso de Obama na noite anterior (algo parecido acontece em Sampa quando o Corinthians ganha um jogo na quarta ou domingo! *rs*).
Sexta-feira e a cidade parece menos intensa. Segunda é feriado por aqui: dia do trabalho! Vários nova-iorquinos a essa hora já estão on the road, ou seja, caindo na estrada em direção a algum lugar mais calmo e tranqüilo. Por incrível que pareça, eu também: amanhã vou para Stamford (CT) relaxar e me preparar para as aulas (urgh!) que têm início na terça-feira. New York is too fast sometimes, I need a break...
domingo, 31 de agosto de 2008
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3 comentários:
Acho q sua comparção foi infeliz.
São Paulo não fica radiante qdo o corinthians ganha... Mais um dia. Acho que se teve mais festa qdo ele caiu pra segunda , houve um ar de ironia e vingança no ar...rs dias cheios ...muita informação... se cuida
nks
ah eu tb tenho um blog...mas nunca me inspirei em escrever...vamos ver se vai agora...ando sem tempo pra isso ...mas se vc com toda ocrreria pode ...por que nao né?
miss
bjs
bom comeco
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