Muita gente tem me perguntado sobre o Obama e pedido notícias relacionadas a ele. Para ser sincero, estava mais bem informado sobre esse assunto quando ainda estava no Brasil e recebia todo dia pela manhã meu exemplar do Estadão (sim, eu leio o Estadão e o acho melhor que a Folha!) e acompanhava as palhaçadas dos gringos pela CNN. Aqui ainda não tive saco de encarar os jornais do naipe do The New York Times ou The Wall Stret Journal (esse último, pelo que eu sei, o mais reaça) e os canais de noticias são um verdadeiro lixo. Não é a toa que os gringos não sabem absolutamente nada do que está ocorrendo ao redor do mundo.
A maior novidade da campanha por enquanto é o anúncio do vice de Obama, o senador pelo estado de Delaware, Joe Biden. A escolha de Biden é estratégica já que ele é especialista em política internacional, uma área na qual o candidato democrata a presidência é acusado de ser menos experiente se comparado a John MacCain. Biden também pode ser lançado a uma perspectiva de diferença se levarmos em conta que ele é descendente de irlandeses, católico (num país cuja maioria é de protestantes, Kennedy foi demonizado nos anos 60 por ser católico) e rotulado como liberal.
Todavia, Obama é pop (parafraseando a música dos Engenheiros do Havaí)! Diria que ele é a personalidade negra do ano, sem sombra de dúvida. Um dia desses parei em uma loja de jornais e revistas na Grand Central Station em NYC e me dei conta disso: ele e a sua família estão nas capas das principais revistas voltadas para o segmento afro-americana da população. Essence (uma espécie de Elle ou Claúdia para senhoras e senhoritas negras de classe média e alta), People (a Caras daqui), Ebony (a mais tradicional e antiga revista mensal negra norte-americana) dentre outras veiculam a imagem de família feliz de Obama, sua esposa (a bonitona Michele) e filhas. Ele só falta agora conquistar as capas de revistas de hip hop e R&B como XXL, Vibe e The Source, mas aposto que, se o negrão virar presidente, as mesmas vão se render e colocar o figura na capa. A Rolling Stone Brasil fez isso em julho e publicou uma entrevista divertida com o candidato democrata. Obama afirma que tem Jay Z no seu IPod e admira tanto ele como Russel Simmons por serem homens de negócios de visão apurada.
Obviamente que essa entrevista não foi publicada (ao menos pelo que sei) aqui, mas imagina essa situação hipotética: um red neck morador de meio oeste americano vê a Rolling Stone do filho jogada no sofá da sala e na capa o senhor Obama, candidato a presidente dos EUA pelo partido democrata. Curioso ele resolve ler a revista e a entrevista do Mister Obama para saber mais a respeito desse blackman (ele não usou a “N” word [nigger], pois já estamos no século XXI e o racismo é algo superado nessa sociedade multirracial) que quer dirigir a maior potência do planeta. Ele lê a entrevista e fica satisfeito, já que Obama fala que é fã de Bob Dylan, Bruce Springsteen, Jay-Z, Russell Simmons... Espere aí, quem são Jay-Z e Russel Simmons? Músicos de country music? Jazzistas da nova geração? Vamos fazer uma busca no Google... “Jay-Z, nome artístico de Shawn Corey Carter, ex-traficante de drogas, rapper, proprietário da Roc-A-Fella Records, presidente e CEO da Def Jam Records, é dono de várias canções de sucesso como Can I get f... you (Posso f... voce?) e Big Pimpin’ (Grande cafetinagem)...” “Russell Simmons, ex-traficante, fundador da Def Jam Records...”. Hum, o que será que o red neck vai pensar, hein? Será que ele vai votar no Obama? *rs*
Não é novidade, mas para fechar esse tópico, consideremos que Obama se coloca como um candidato com uma plataforma pós-racial. Okay, mas para se ter uma idéia de como a campanha dele está quebrando barreiras ideológicas há um grupo de republicanos que criaram um grupo intitulado Republicans for Obama, ou seja, são republicanos que apóiam e votarão no candidato democrata. Não acredita? Vá em:
http://www.republicansforobama.org/
O namorado da irmã de minha namorada é um negrão republicano oriundo de familia tradicional morador do Sul dos EUA, com certeza quando encontrá-lo vou perguntar se ele é um “republican for Obama”. *rs*
sábado, 23 de agosto de 2008
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2 comentários:
The Wall Street Joutnal num é reacionário...apenas cuida do dinheiro, que num tem ideologia....
Já está mais do que na hora de ele sair do tal do "change" e começar a atacar aquela múmia republicana. Os caras estão conseguindo associar a imagem dele à de uma celebridade que brilha muito mas tem muito pouco conteúdo.
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