segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

Mês da História do/as Patrício/as Gringo/as!


Fevereiro já bateu às nossas portas há quase uma semana, mas não tive tempo de escrever algo por aqui ainda. Vamos lá. Anualmente nesse mês que adentrou se celebra nos EUA o Black History Month (Mês da História Negra). Eventos pipocam por aqui como debates, filmes, exposições, peças teatrais, lançamentos de livros, concertos de gêneros musicais variados e outras paradas mais. Resumidamente, é um mês parecido a novembro no Brasil devido às celebrações do 20 de novembro. Há uma piada maldosa que afirma que o Black History Month ocorre em fevereiro porque esse é o mês mais curto do ano. Sim, fevereiro é o mês mais curto do ano, mas a relação com a negrada gringa é outra. A parada toda foi idéia do historiador Carter G. Woodson (1875-1950) - foto abaixo - que promoveu em 1926 a primeira Black Week History no mês de fevereiro justamente para coincidir com as datas de aniversário do líder abolicionista afro-americano Frederick Douglass (1818-1895) - foto acima - e do presidente Abraham Lincoln (1809-1865), ambos nascidos nesse mês. Em 1976 a semana se tornou mês. Ela também é conhecida como African-American Hisory Month sendo celebrada em fevereiro no Canadá e em outubro na Inglaterra.
 
Voltando a Frederick Douglass, pode-se facilmente afirmar que ele é uma das maiores personagens da história afro-americana. Douglass foi um ex-escravo que ascendeu a figura de líder abolicionista e pensador político. Sua autobiografia, Narrative of the Life of Frederick Douglass, An American Slave foi publicado em 1845 tornando-se rapidamente um clássico. Numa época em que negros eram frequentemente comparados a animais e questionados sobre sua humanidade, Douglas tornou-se referência intelectual e política viajando por todo os EUA e parte da Europa para defender a causa abolicionista. Quem melhor definiu Douglass para mim em termos "maloqueiros" foi meu truta historiador e corinthiano Flávio Thales Francisco. De acordo com ele, Douglass foi um negrão tão "sangue no zóio" que conseguiu casar com uma mulher branca (referindo-se a seu último casamento) numa época em que o simples olhar de um negro para uma branca poderia ser usado como justificativa para a morte do negro.  Mas olha, legal mesmo seria se os cabelereiros descolados fizessem um revival desse penteado "bem lôco" do Douglão e a parada se tornasse a última tendência em termos de cabelo de negrão/negona descolado/a tipo o que o aconteceu com o moicano. Imagina o povo da NBA com um visual Frederick Douglas????  Well, paremos com a viagem. Assista um videozinho logo abaixo falando sobre o mês.



É isso!
Muita Paz, Muito Amor! 

Comentários (2)

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Sem dúvida a relação dos afro gringos é outra. Na minha opinião bem mais interessante. Claro que issonão representa desinteresse ou desarticulação nossa. O lance aí é resultado do caminho que a questão racial tomou nos EUA. Ao contrário daqui, quem não é branco, é preto. E disso eu gosto bastante. Com todos os conflitos que isso gera dentro das comunidades. A literatura Afro-Estadunidense dá conta de falar disso com primor. Aqui...dependendo de onde, quando e quão fenotipicamente preto se é, vale tudo, como diria Tim Maia. Legal lembrar que no início dos tempos, a população latina (afro ou não) ainda não era tão numerosa e forte politicamente e os índio já tinham sido praticamente dizimados.
Enfim, um salve para o Black History Month e pra toda a galera envolvida na luta pela implementação da 10.639, que já virou 11.645 e batalha pelo ensino da real História Brasileira.
P.S.: Muito bom o F. Douglass ter virado "Douglão".
Prezado Cris,

Obrigado pela leitura e comentário ao post.

Abraço do Márcio/Kibe.

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