sábado, 27 de fevereiro de 2010

Religião e Sociologia: Mistura Interessante!

Não sei quanto aos leitores, mas tenho uma relação ambígua com religião. Primeiro, é sempre difícil imaginar um mundo onde todas as coisas são analisadas de forma desencantada, racional. Dias atrás uma das pessoas que sigo no Twitter enviou uma frase ótimo de Millôr Fernandes com a qual morri de rir e que resume de forma magistral o meu ponto: "O sujeito só é inteiramente ateu quando está bem de saúde". Ao mesmo tempo conheço pessoas que remetem todas as ações e conquistas pessoais a algo ligado ao sobrenatural, comportamento que também me incomoda. Mais: vári@s de meus/minhas amig@s vem se convertendo a igrejas que estabelecem códigos de conduta chatos e moralistas. Deixam de beber, não saem na balada e remetem tudo o que acontece de ruim em suas vidas como uma obra do nosso trutão Diabo. É uma forma simples e reducionista de resolver os problemas se isentando de culpa ou responsabilidade.

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Fui, assim como boa parte dos leitores, criado numa família católica. Frequentei catecismo, fiz primeiro comunhão, fui coroinha (algo que me rende boas piadas até hoje!) e fui crismado. Entretanto, já faz anos que não frequento uma missa (algo que considero extremamente chato) e vou a igreja somente assistir casamentos de amig@s. Também odeio o dogmatismo da Igreja Católica em relação a temas complexos como aborto e uso de preservativos. Mas estar na América (deles!) força você a olhar para a religião de uma outra forma, realizar um certo estranhamento em relação a esse fenômeno social. Os Estados Unidos, assim como o Brasil, é um dos países mais religiosos do mundo e há uma infinidade de credos religiosos que são manifestados em cada esquina dessa nação. Mas há muitas diferenças na forma como americanos e brasileiros vivenciam sua fé.

 http://www.psychologytoday.com/files/u589/World_Religion.gif

Podemos discutir as diferenças e similaridades em outro post. Contudo, o que irei fazer nos próximos textos do blog são curtas resenhas de como os pais fundadores da sociologia - leia-se Karl Marx, Émile Durkheim e Max Weber - interpretaram o fenômeno religião de forma geral. A melhor explicação que tive sobre como um sociólogo deve se portar em relação a fé religiosa me foi dada pelo meu ex-professor Reginaldo Prandi numa aula ainda na graduação. Respondeu ele ao ser questionado sobre a existência de Deus disse: "Para um sociólogo não se coloca a questão da existência ou não de Deus, interessa sim que os homens acreditam nela e agem em função dele". Uma ótima resposta weberiana pela qual me guio até hoje!

Aguardem os próximos posts e não deixem de visitar a página dos quadrinhos Um Sábado Qualquer, de onde foi retirada a charge no início do post, um ótimo exemplo de como Deus, Adão, Eva, o Diabo e outras figuras bíblicas podem virar motivo de piada sem ofender o credo religioso de ninguém...


Muita Paz!