quarta-feira, 30 de dezembro de 2009

Jovens, Negras, Bem Sucedidas, Bonitas e... Solteiras

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Anteontem estava de bobeira fuçando na internet e vi um vídeo que meu amigo Lawrence Ross, escritor radicado em Los Angeles, postou em seu profile no Facebook. Assisti o mesmo e, por achá-lo interessante, repostei em meu profile. Ao acordar ontem, vi que já havia cinco comentários ao vídeo em meu profile e 23 no de meu truta Lawrence. O vídeo é uma reportagem feita pela ABC News sobre a situação de jovens afro-americanas bem sucedidas profissionalmente, independentes e solteiras que não encontram parceiros dispostos a se casar. Quatro charmosas young single ladies de Atlanta, Geórgia, foram entrevistadas e contaram suas aspirações e decepções em relação a sua busca por um casamento. De início pode parecer algo inusitado e sem importância, nada mais do que algumas mulheres na casa dos trinta anos com receio de ocupar eternamente o papel de titia. Porém, diria que o buraco é mais embaixo. Os números apresentados pela reportagem nos ajudam a entender o problema:

* 42% das mulheres negras dos Estados Unidos nunca se casaram (essa porcentagem é o dobro quando comparada a de mulheres brancas);
* Há mais mulheres negras do que homens negros na população norte-americana: 1.8 milhões a mais.
* Mulheres negras com educação superior tem um horizonte de escolha menor. De um grupo de 100 homens negros, se subtrairmos 21 que não possuem nível superior, 17 que não tem emprego e 8 (entre 25-34 anos) que estão presos, sobram apenas 54 homens disponíveis. Se formos um pouco mais além e acrescentarmos um dado que o canal de TV não cita, mas que com certeza deve ser levado em conta, podíamos subtrairmos mais 8 negros gays. O que deixa nossas sistas com 46 brothas disponíveis.

É claro que alguém irá dizer: mas por que essas adoráveis senhoritas insistem em se casar com homens que apresentam o mesmo nível educacional, econômico e racial que elas? Pois bem, boa parte dos estudos sobre conjugalidade evidencia que a tendência é das pessoas se casarem com alguém extremamente parecido a elas devido a questões de circulação no espaço social, reprodução de riqueza, aspirações e gostos em comum. Em termos técnicos, diz-se que há altos níveis tanto de endogamia como homogamia: endogamia diz respeito ao dados/indíces de uniões dentro do grupo (classe e/ou raça) e homogamia faz referência a traços de similaridade entre os conjugues (nível educacional, idade, profissão, etc). Contudo, o que a reportagem da ABC News não conta é o quais são os fatores que tem contribuído para que estes padrões de endogamia e homogamia não se reproduza de modo tão efetivo na classe média/alta negra.

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Desde os anos 1970, mulheres em geral e mulheres negras em específico, vem entrando em número maior nas universidades, obtendo mais diplomas de graduação e pós-graduação, ocupando cargos de chefia e dos altos escalões de empresas e burocracia estatal e, consequentemente, tendo mais rendimentos do que homens. Esse fenômeno é, em parte, consequência da ação do movimento feminista e da implementação de ações afirmativas em universidades e orgãos estatais. No caso específico das mulheres negras a distância social e econômica em relação aos brothas tem aumentado ainda mais por conta de que homens negros enfrentam uma série de problemas específicos como pior rendimento escolar e, assim, mais dificuldade de ingressar numa universidade, altos indíces de mortalidade, maior exposição a violência policial o que pode resultar em morte ou encarceramento. Outro ponto importante é que com o fim do sistema de segregação nos anos 1960, mais homens negros passaram a se casar fora do grupo racial com mulheres brancas, latinas e asiáticas.

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O resultado geral é uma situação onde há muito mais mulheres negras de classe média/alta disponíveis e prontas para encarar um matrimônio do que homens negros. A situação se complica ainda mais para nossas amigas se considerarmos que elas tem contra si um relógio biológico. Já os homens negros que compõem a fatia dos 46 tendem a se casar mais tarde e aproveitar mais a vida de solteiro o que, em parte, contribui para o agravamento da situação. Por conversas que tive com algumas amigas negras na casa dos trinta anos e solteiras, a situação comfortável dos homens negros - com mais mulheres disponíveis, uma situação financeira estável e sem a pressão de se casarem - que correspondem aos perfis procurados por essas mulheres faz com que os mesmos posterguem suas vidas de solteiro saindo (dating) com várias mulheres ao mesmo tempo, mas não se comprometendo seriamente com nenhuma. Justamente como uma das entrevistadas da reportagem da ABC News afirma elas se tornam uma espécie de carta a ser guardada no bolso como garantia. O problema é saber até quando...

Assista o vídeo da ABC News abaixo.

 Muita Paz!

terça-feira, 29 de dezembro de 2009

De Saco Cheio com a Tecnologia: Twitter, Facebook, Orkut e SL

É verdade, ando de saco cheio da tecnologia. Cada vez mais dou razão ao canadense Marshall McLuhan  (1911-1980) um dos primeiros teóricos da área de mídia que cunhou frases famosas como "the medium is the message", estabeleceu a distinção das mídias entre hot e cold, elaborou a noção de global village ou ainda a interpretação da mídia como extensão dos sentidos humanos. É nessa última perspectiva que sugiro pensar as novas tecnologias virtuais, nada mais do que extensões de nossa fala, audição e visão (logo mais talvez tenhamos mídias que incorporam o paladar e o tato). Sendo assim, acho que a internet, com seus mais diversos recursos, se torna um espaço propício para o exercício de individualismo, xeretice e narcisismo exacerbados.

http://herd.typepad.com/.a/6a00d83451e1dc69e201156e4279f1970c-800wi
 (Marshall McLuhan)

O que mais empolga as pessoas na internet é a possibilidade de saber o que acontece na vida dos outros e, ao mesmo tempo, exporem parte de suas vidas. Fotos, mensagens atualizando o status, comentários aos comentários ou status de outras pessoas em redes de sociabilidade, visitas secretas ao perfil de alguém para saber se ela se encontra casada, solteira, encalhada, namorando ou sei lá o que, twittar notícias interessantes (que na maioria não são nada interessantes!) e frases inspiradoras, circular correntes via email, agradecer a Deus e Jesus por ser tão feliz e abençoad@ e, no final do ano, enviar as mensagens de feliz natal e ano-novo que lotam a minha caixa e me deixam "P" da vida ao ter que apagar uma por uma. A internet é a nova rua onde o boca o boca foi substituído pelo twitter e a fofoca é feita via messenger. Arruma-se namorad@ via sites de encontros e faz-se sexo virtual via webcam. No Second Life, espécie de jogo virtual no qual as pessoas podem (re)criar sua identidade da forma que bem desejarem,  é possível trabalhar, estudar, namorar, fazer sexo e casar de forma virtual.

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Entretanto, as fronteiras entre o "real" e "virtual" são cada vez mais fluídas e as pesquisas que vem sendo feitas por cientistas sociais que se debruçam sobre novas formas de tecnologia tentam evidenciar como categorias vistas pelo senso como novidades - exemplos disso são os termos virtual e network - são formas de organização social ou estados que sempre fizeram parte da sociedade. Mas minha impaciência diz respeito ao narcisismo que envolve essas ferramentas tecnológicas. Não quero mais saber o que meus amigos estão fazendo a cada minuto, o que estão lendo, bebendo, comendo, assistindo e se sentindo afinal, os verdadeiros amigos tem meu número e nada melhor do que uma conversa no mundo real, face to face, regada a umas brejas e petiscos.

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Mas minha intolerância com as novas tecnologias se encontra no ápice devido a ter sido obrigado a ler e realizar apresentações de uma série de autores que tratam do tema. Tive que encarar Pierre Levy, um filósofo francês que há anos vem estudando formas de organização social criadas pelas novas mídias (se você tá interessado leia dele Collective Intelligence e Becoming Virtual, a propósito, já há muito coisa dele traduzido para o português), o último catatau de Manuel Castells (Communication Power, chato pacas!), o jornalista que escreveu o processo de criação do Second Life, Wagner James Au (The Making of Second Life) e o antropólogo Tom Boellstorf com seu Coming of Age in Second Life. Desses, o mais divertidinho é o de Boellstorf onde o antropólogo aplicou as técnicas de pesquisa da observação participante e trabalho etnográfico para pesquisar o SL. Durante quase 3 anos, de 2004 a 2007, o antropólogo fez pesquisas no ambiente virtual do SL usando um avatar com o nome de Tom Bukowski e morando num local que levava o nome de Ethnographia. O livro de Boellstort tenta dar conta das várias facetas do SL incluindo questões relacionadas a dinheiro, sexualidade, estado, política e trabalho dos residentes do SL.

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No curso de Economic Sociology que fiz esse semestre minha professora, Eiko Ikegami, estava extremamente entusiasmada pelas possibilidades trazidas pelo SL (que eu gosto chamar de Second Motherfucking Life!). O approach de Ikegami é interessante: ela entende o SL como um espaço em que relações hierarquizadas são suspensas e as pessoas estão livres para incorporarem outras identidades para além daquelas que possuem na sua vida real. Além disso, esse processo seria algo que teria impacto na vida real das pessoas uma vez que a experiência nessa nova identidade e o contato com outras identidades tende a mudar/transformar os indivíduos. Minha querida mestre ganhou uma grana para pesquisar o SL e obrigou todos os alunos do seu curso a criarem avatares no site. Mas o pior de tudo foi ter que participar de uma conferência via SL num domingo às 11 horas da manhã.  Meu avatar, Xango Soulstar, chegou bêbado de Colt 45 no encontro, já que ele tinha tido ido a uma baladinha na vida real na noite anterior...

Muita Paz (seja ela virtual ou real)!

segunda-feira, 28 de dezembro de 2009

Salve Kamau!

Já faz quase 12 anos que dividi o palco com Kamau numa apresentação de nossos respectivos grupos de rap, Keima de Arquivo e Consequência, em Rio Claro, inteior de São Paulo num domingo chuvoso de 1998. Depois de algum tempo eu me aposentei do microfone, mas continuei a cruzar Kamau pelos baladinhas hip-hop de São Paulo (Nation, Sintonia, Sala Real, Mood, Hotel Cambridge entre outros), nas Grandes Galerias, no Vale do Anhangabau (onde ele vivia andando de skate), nos ônibus que faziam o trajeto São Paulo-Limeira-Rio Claro (já que ele estudava matemática na UNESP-Rio Claro e meus pais moravam na minha querida cidade natal,  Lixeira) e até na saída do meu trampo na Barra Funda quando dava aulas numa universidade privada situada naquelas bandas enquanto ele estava na área sempre saindo ou entrando em algum sessão de gravação do seu disco. Na minha última ida ao Brasil cruzei Kamau na rodoviária de Sampa e cheguei a conclusão que Marcus Vinícius é um ser multifacetado que se encontra em vários lugares de São Paulo ao mesmo tempo! Já estou antevendo o dia que toparei com Kamau no Brooklyn ou no Harlem, não vai demorar...

Muita coisa aconteceu nesse interim de tempo entre 1998 e 2009 (quase 2010!). Kamau já virou relato meu em livro de antropologia descrevendo balada black, firmou carreira solo e hoje é,  sem dúvida, um dos melhores rappers e freestylers da nova geração do hip-hop paulistano. Fica aqui o meu salve a esse truta. Curta o vídeo do rapaz que esbanja talento abaixo...

Muita Paz!

sábado, 26 de dezembro de 2009

I Get Love Jones For You

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Dias desses estava lendo e tomando café num lugar misto de café/padaria na Lenox Avenue, Harlem. Trocava idéias com o gerente do lugar, um italiano, que eu jurava ser negrão (aparências enganam!), que morre de amores pelo Brasil já que esteve rodando por aí várias vezes. De vez em quando prestava atenção na conversa de uns nego véio que passam à tarde toda e início da noite sentados do lado de fora do estabelecimento conversando, bebendo e olhando o movimento da rua. O papo dos tiozões girava em torno de filmes e um deles dizia: "Shit man, I could take that no more... I didn't want to see no Boys N Hood, no Menace II Society, no Juice..." E eu, me metendo na conversa sem ser chamado, lancei... "BabyBoy, no Baby Boy too" Ao que o nego véio respondeu,  "Yeah, brotha, no Babyboy too" e rimos juntos.

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A conversa dos nego véio fazia referência a onda dos "hood movies" que caracterizam parte dos anos 1990. Esses filmes tinham diretores, atores e público majoritariamente afro-americano e as temáticas giravam em torno da vida do cotidiano do guetos negros norte-americanos dos grandes centros como Nova York (New Jack City: A Gang Brutal, 1990) e Los Angeles (Boys N Hood, 1991) que a essa época viviam o pesadelo da chegada de uma nova droga, barata e devastadora: crack. Tensões raciais marcaram esse período e talvez o marco dessa atmosfera racial assustadora tenha sido os riots que explodiram em LA em 1992 após a absolvição dos policias brancos que haviam espancado Rodney King e que duraram cinco dias. Os hood movies tinham a trilha sonora recheada de rap e não por acaso foi nessa época que ocorreu a ascensão do que veio a ser conhecido como gangsta rap: modalidade desse estilo musical que descrevia o cotidiano e estilo de vida dos membros de gangues como as famosas e arquirivais Bloods (lencinhos vermelhos) e Crips (lencinhos azuis).  Ice T, CMW (Compton Most Wanted), NWA (Niggers With Attitude) são alguns dos nomes que deram o pontapé inicial na parada. Ir ao cinema, assistir um hood movie, ou a um show de rap, ver a perfomance de algum grupo ou rapper, era uma aventura que poucos brancos se arriscavam a fazer. A ascensão dos hood movies consagrou diretores como os Hughes Brothers (Menace II Society, 1993 e Dead Presidents, 1995) e John Singleton que além de Boys N Hood dirigiu outros como Higher Learning (1995), Baby Boy (2001) e, mais recentemente, uma versão multicultural/étnico/racial de hood movie: Four Brothers (2005).

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Mas os "hood movies" estão inseridos numa tradição mais ampla de cinema negro denominada blaxploitation e que teve início no anos 1970. Basicamente, eram filmes com temáticas e atores negros que começaram como produções baratas e alternativas. Os primeiros scripts também canalizavam a situação de insatisfação social vivida pelos afro-americanos em relação a instituições como a polícia e o estado. Esse é o caso do filme que deu o pontapé inicial no movimento Sweet Sweetback's Baadasss Song (1971) de Melvin Van Peebles.  Shaft (1971), de Gordon Parks, impulsionou a faceta comercial do movimento que foi seguida por Superfly (1972) de Gordon Parks Jr. e outros. No final dos anos 1970 o filme Penitentiary, de Jamaa Fanaka, revitalizou o movimento com uma trilogia que terminou no anos 1980. O grande renovador da cena nessa mesma época foi sem dúvida Spike Lee que filmou Do The Right Thing (1989) e abriu as portas de Hollywood para outros diretores negros. Foi a partir dessa época que os hood movies ganharam espaço na produção cinematográfica norte-americana.

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Entretanto, passado algum tempo, essa receita de cinema embedida em temas de violência, conflito entre gangues, jovens negros, tráfico de drogas sempre embalado por uma trilha recheada de rap music  começou a dar sinais de esgotamento. Ninguém mais, na metade dos anos 1990, aguentava mais pagar para ver pretos se matando na tela. Era como se a experiência da população afro-americana fosse apenas aquela e não houvesse outros temas a serem explorados. Foi nessa época que Love Jones (1997) entrou em cena. O filme marca a estréia do diretor Theodore Witcher e conta com um elenco cujo os atores mais conhecidos à época eram Larenz Tate, Nia Long e Isaiah Washington (esse último, pra quem não lembra, é o negrão que foi expulso do seriado Grey's Anatomy ano passado após ter feito comentários homofóbicos contra outro ator da série). O título do filme é algo de nota. Jones é uma gíria que tem dois significados similares no vernáculo negro da língua inglesa dos anos 1970: referência ao uso de drogas ou aos sintomas da abstinência de drogas como heroína. Love Jones, em si, é um termo que é usado para se referir a uma situação na qual não se deixa de pensar na pessoa amada ou as dores da perda de um amor.

O enredo do filme, por sua vez, é manjado, mas funciona. A história se passa em Chicago, Illinois. Darius Lovehall (Larenz Tate) é um jornalista e ex-DJ metido a poeta e aspirante a escritor. Ele acaba de pedir demissão do trabalho que tinha num jornal para se dedicar em tempo integral a tarefa de escrever seu primeiro livro de poesias. Nina Mosley (Nia Long) é uma fotógrafa que busca reconhecimento e colocação para seu trabalho que tem como grande inspiração a obra do fotógrafo Gordon Parks. Ela terminou um relacionamento recentemente e encontra-se desiludida com sua vida afetiva. Savon Garrison (Isaiah Washington), Josie Nichols (Lisa Nicole Ganson), Hollywood (Bill Bellany), Eddie Colens (Leonard Roberts) e outros compõem o grupo de amigos de cerca o casal e vivencia situações de vida similares. Todos são negros, pertencentes a classe média negra local, com idade beirando os trinta anos e aspirando as profissões ou projetos que envolvem um estilo de vida ao mesmo tempo simples e refinado. Jazz, R&B e hip-hop compõem a trilha sonora do filme e dão o tom do clima no qual a trama é conduzida.  O trailer do filme abaixo fornece uma idéia do que falo, assista o mesmo clicando AQUI O filme fez sucesso justamente por colocar na tela personagens negros livres dos estereótipos explorados pelos hood movies. Lá estavam jovens negros bem educados vivenciando os dilemas de início de uma vida adulta entre relacionamentos, conflitos entre amigos e vida profissional. Não demorou para que outros filmes, com o mesmo apelo e mais fracos que Love Jones, fossem produzidos na sequência como o é o caso de The Best Man (1999), de Malcolm D. Lee, Love & Basketball (2000), de Gina Prince-Bythewood, e Brown Suggar (2002), de Rick Famuyiwa.

Lembro de muitos vagabundos xavecadores que, após assistirem Love Jones, começaram a ler poesia e incorporar as "conversinhas" de Darius Lovehall nas suas táticas de conquista.  Recordo até hoje de um maluco amigo meu que não gostava de ler nem gibi e um dia, do nada, virou pra mim no meio de uma conversa de boteco e disse: "Porra Kibe, o que liga agora é ler poesia, tá ligado? Freqüentar uns saraus e os carai!" Fiquei surpreso, esse era o efeito Love Jones em alguns dos meus trutas... Mas eu também era fã das películas e vivia organizando reuniões de casais em que comprávamos garrafas de vinho, alguns aperitivos e levávamos alguns filmes dessa pegada para assistir na casa de alguém. Para fechar, assista uma das melhores partes de Love Jones, o momento em que Darius xaveca Nina lhe dedicando uma poesia declamada numa sessão de open mic. Muita atenção na letra, sexy e style!



Muita Paz!!!!!

terça-feira, 15 de dezembro de 2009

Lançamento Cadernos Negros (17/12)

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Estou aqui enrolado com meus papers no final do semestre (aliás, descumpri a promessa de voltar a escrever nesse blog somente após as finals!) mas é praticamente impossível ficar sem escrever algo em português e que sirva como um break do trampo para retomar o fôlego. Também não deixaria de publicar algo sobre o lançamento da trigésima segunda edição da coletânea de contos/poemas Cadernos Negros, organizada anualmente pelo pessoal do Quilombhoje Literatura. O Quilombhoje é um coletivo de escritores negros sediados em São Paulo que deu início as suas atividades juntamente com o nascimento do Movimento Negro Unificado (MNU) em 1978. Todo ano um livro é lançado alternando entre uma seleção de contos e poemas (acima capa da edição de poemas lançada ano passado). As despesas de edição do livro são bancadas pelos autores e quem coordena toda essa parada é um casal de amigos meus: Márcio Barbosa e Esmeralda Ribeiro.

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Tanto Márcio como Esmeralda são escritores com uma produção literária considerável. Conheci Márcio há muitos anos atrás ainda adolescente e morando em Limeira, interior de São Paulo. Durante a realização de um FECONEZU (Festival Comunitário Negro Zumbi) na "Capital da Laranja" - que agora é "Capital das Bijuterias" -  Márcio montou sua banquinha vendendo exemplares dos Cadernos Negros e me lembro de ter adquirido dois. Sem dúvida posso dizer que os Cadernos Negros - assim como Lima Barreto, Toni Morrison e Alex Haley - tiveram um papel decisivo na minha formação como leitor. Posteriormente, quando me mudei para São Paulo para cursar a USP, Márcio e eu retomamos o contato (aliás, Márcio também é uspiano, fez filosofia na FFLCH/USP). Foi ele que me apresentou um dos autores que mais gosto atualmente: Chester Himes (1909-1984), autor de livros divertíssimos como O Harlem é Escuro (1969), Um Jeito Tranquilo de Matar (1959), A Maldição do Dinheiro (1957), A Louca Matança (1959) e outros. Todos esses títulos já foram traduzidos para o português e recentemente foram reeditados pela LPM Editores. Veja a paradinha AQUI  Dica: se você quer saber como era parte do Harlem até os anos 1960, basta ler o negrão...

Mas voltando ao evento do Quilombhoje, diria que o mesmo já foi incluído na agenda anual do movimento negro paulista e simpatizantes.  É o momento que velh@s amig@s se reencontram colocam o papo em dia, compram o livro e depois partem para uma cerveja em algum boteco no pós evento. A parada também é regada a pret@s bonit@s e descolad@s (se você está precisando arrumar um/a namorad@ nov@, aproveite!). Infelizmente, nos últimos dois anos não tive a oportunidade de comparecer devido a compromissos profissionais (2007) e minha mudança para Nova York (2008). Esse ano não será diferente comigo, mas se você estiver em São Paulo não perca a oportunidade. Informações abaixo:

O Quilombhoje Literatura

convida para o lançamento do livro

CADERNOS NEGROS VOLUME 32 - CONTOS

DIA 17 DE DEZEMBRO DE 2009 (quinta) - a partir das 19h30

No auditório da Uninove, campus Vergueiro

Rua Vergueiro, 235 - metrô São Joaquim - entrada franca


MINI-SEMINÁRIO

LITERATURA AFRO E EDUCAÇÃO: CAMINHOS POSSÍVEIS

Participação

PROF. BAS’ILELE MALOMALO (Nasceu na República Democrática do Congo. É professor da Unicastelo - São Paulo)

PROFa CRISTIAN SALES (Pesquisadora da UNEB - Salvador)

CRISTIANE SOBRAL (Escritora, atriz e professora - Brasília)

Intervenções

EDUARDO SILVA - Ator (Castelo Rá-Tim-Bum) • LIA JONES - Cantora e atriz • MARCO XAVIER - Ator (Turma do Gueto). CÉLIA NASCIMENTO (Atriz). Direção: Helton Fesan - Escritor

DANÇA AFRO

Dançarinos do grupo Umojá

Apresentação: MC Levy e MC Thyko de Souza

Autores do livro: Ademiro Alves (Sacolinha) - Cristiane Sobral - Cuti - Débora Almeida - Dirce Pereira do Prado - Elizandra Souza - Fátima Trinchão - Fausto Antônio - Hélio Penna - Jônatas Conceição - José Luanga Mel Adún - Michel Yakini - Paulo Gonçalves - Serafina Machado - Sergio Ballouk - Sidney de Paula Oliveira - Valdomiro Martins

Apoio: Gabinete Ver. Netinho de Paula / APEOESP Norte II / Dep. José Candido

Muita Paz!

segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

Ìmó


domingo, 13 de dezembro de 2009

Revista Sankofa


Meus amigos Flávio Thales e Mury Barbosa (ambos pós-graduandos em história pela Universidade de São Paulo - USP) acabam de fechar mais uma edição de Sankofa, uma revista acadêmica voltada para discussões sobre relações raciais, estudos afro-brasileiros, africanos e diáspora africana na área de história.

A revista encontra-se no seu quarto número e essa edição conta com vários artigos interessantes dentre os quais destaco uma entrevista com meu ex "chefe": Antonio Sérgio Alfredo Guimarães.  O "chefe", como carinhosamente o chamo, é professor do departamento de sociologia da USP, um dos maiores especialistas na área de sociologia das relações raciais no Brasil e foi meu orientador no mestrado. A entrevista é curta, mas interessante e esclarecedora para aqueles que procuram uma discussão sobre cotas e ação afirmativa mais elevada do que o reducionismo vulgar de figuras do tipo de Ali Kamel e Demétrio Magnoli.

Os outros artigos são também uma ótima pedida para professores de ensino fundamental e médio em busca de material sobre a população negra a ser usado em aulas de história, artes, geografia e outras disciplinas.

Enfim, acessem e comprovem. A revista pode ser baixada em PDF.

Muita Paz!

sábado, 12 de dezembro de 2009

Cidade de Mil Grau!

Pois é, se o Rio de Janeiro é só 40, nóis em SP é 1000 grau...  Curta o som Multicultural da rapaziada do Pentagono. É impressão minha ou o hip-hop paulistano está voltando ao gold old times ao mesmo tempo que chega a maturidade? Well, let's see! De tomo modo, é muito bom ouvir rap que não espirra sangue do CD quando você bota pra tocar.  Esses clipezinhos também me fazem sentir falta da bagunça de Sampa, já que os vídeos dessa nova geração - Emicida, Slim Rimografia e agora Pentagono - andam num certo eufanismo da Terra da Garoa... Valeu Sweet Mila Félix pela dica do vídeo... Ah, é dela também o comentário sobre esse aspecto dos clipes que andam super bem produzidos

Aí rapaziada do Pentagono, parabéns pelo som e a qualidade do video! De minha parte, adorei a levada meio ragga ao final do som, di prima!

É nóis nas frita!


quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

Vai Curintia!


terça-feira, 8 de dezembro de 2009

Acadêmicos Amestrados

Acadêmicos Amestrados
Por Idelber Avelar
Professor Associado de Português e Espanhol na Tulane University (EUA).
[Texto originalmente publicado na Revista Forum em 2/12/2009]

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Se um marciano aterrissasse hoje no Brasil e se informasse pela Rede Globo e pelos três jornalões, seria difícil que nosso extra-terrestre escapasse da conclusão de que o maior filósofo brasileiro se chama Roberto Romano; que nosso grande cientista político é Bolívar Lamounier; que Marco Antonio Villa é o cume da historiografia nacional; que nossa maior antropóloga é Yvonne Maggie, e que o maior especialista em relações raciais é Demétrio Magnoli. Trata-se de outro monólogo que a mídia nos impõe com graus inauditos de desfaçatez: a mitologia do especialista convocado para validar as posições da própria mídia. Curiosamente, são sempre os mesmos.

Se você for acadêmico e quiser espaço na mídia brasileira, o processo é simples. Basta lançar-se numa cruzada contra as cotas raciais, escrever platitudes demonstrando que o racismo no Brasil não existe, construir sofismas que concluam que a política externa do Itamaraty é um desastre, armar gráficos pseudocientíficos provando que o Bolsa Família inibe a geração de empregos. Estará garantido o espaço, ainda que, como acadêmico, o seu histórico na disciplina seja bastante modesto.

Mesmo pessoas bem informadas pensaram, durante os anos 90, que o elogio ao neoliberalismo, à contenção do gasto público e à sanha privatizadora era uma unanimidade entre os economistas. Na economia, ao contrário das outras disciplinas, a mídia possuía um leque mais amplo de especialistas para avalizar sua ideologia. A força da voz dos especialistas foi considerável e criou um efeito de manada. Eles falavam em nome da racionalidade, da verdade científica, da inexorável matemática. A verdade, evidentemente, é que essa unanimidade jamais existiu. De Maria da Conceição Tavares a Joseph Stiglitz, uma série de economistas com obra reconhecida no mundo apontou o beco sem saída das políticas de liquidação do patrimônio público. Chris Harman, economista britânico de formação marxista, previu o atual colapso do mercado financeiro na época em que os especialistas da mídia repetiam a mesma fórmula neoliberal e pontificavam sobre a "morte de Marx". Foi ridicularizado como dinossauro e até hoje não ouviu qualquer pedido de desculpas dos papagaios da cantilena do FMI.

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Há uma razão pela qual não uso aspas na palavra especialistas ou nos títulos dos acadêmicos amestrados da mídia. Villa é historiador mesmo, Maggie é antropóloga de verdade, o título de filósofo de Roberto Romano foi conquistado com méritos. Não acho válido usar com eles a desqualificação que eles usam com os demais. No entanto, o fato indiscutível é que eles não são, nem de longe, os cumes das suas respectivas disciplinas no Brasil. Sua visibilidade foi conquistada a partir da própria mídia. Não é um reflexo de reconhecimento conquistado antes na universidade, a partir do qual os meios de comunicação os teriam buscado para opinar como autoridades. É um uso desonesto, feito pela mídia, da autoridade do diploma, convocado para validar uma opinião definida a priori. É lamentável que um acadêmico, cujo primeiro compromisso deveria ser com a busca da verdade, se preste a esse jogo. O prêmio é a visibilidade que a mídia pode emprestar - cada vez menor, diga-se de passagem. O preço é altíssimo: a perda da credibilidade.

O Brasil possui filósofos reconhecidos mundialmente, mas Roberto Romano não é um deles. Visite, em qualquer país, um colóquio sobre a obra de Espinosa, pensador singular do século XVII. É impensável que alguém ali não conheça Marilena Chauí, saudada nos quatro cantos do planeta pelo seu A Nervura do Real, obra de 941 páginas, acompanhada de outras 240 páginas de notas, que revoluciona a compreensão de Espinosa como filósofo da potência e da liberdade. Uma vez, num congresso, apresentei a um filósofo holandês uma seleção das coisas ditas sobre Marilena na mídia brasileira, especialmente na revista Veja. Tive que mostrar arquivos pdf para que o colega não me acusasse de mentiroso. Ele não conseguia entender como uma especialista desse quilate, admirada em todo o mundo, pudesse ser chamada de "vagabunda" pela revista semanal de maior circulação no seu próprio país.

Enquanto isso, Roberto Romano é apresentado como "o filósofo" pelo jornal O Globo, ao qual dá entrevistas em que acusa o blog da Petrobras de "terrorismo de Estado". Terrorismo de Estado! Um blog! Está lá: O Globo, 10 de junho de 2009. Na época, matutei cá com meus botões: o que pensará uma vítima de terrorismo de Estado real - por exemplo, uma família palestina expulsa de seu lar, com o filho espancado por soldados israelenses - se lhe disséssemos que um filósofo qualifica como "terrorismo de Estado" a inauguração de um blog em que uma empresa pública reproduz as entrevistas com ela feitas pela mídia? É a esse triste papel que se prestam os acadêmicos amestrados, em troca de algumas migalhas de visibilidade.

A lambança mais patética aconteceu recentemente. Em artigo na Folha de São Paulo, Marco Antonio Villa qualificava a política externa do Itamaraty de "trapalhadas" e chamava Celso Amorim de "líder estudantil" e "cavalo de troia de bufões latino-americanos". Poucos dias depois, a respeitadíssima revista Foreign Policy - que não tem nada de esquerdista - apresentava o que era, segundo ela, a chave do sucesso da política externa do governo Lula: Celso Amorim, o "melhor chanceler do mundo", nas palavras da própria revista. Nenhum contraponto a Villa jamais foi publicado pela Folha.

Poucos países possuem um acervo acadêmico tão qualificado sobre relações raciais como o Brasil. Na mídia, os "especialistas" sobre isso - agora sim, com aspas - são Yvonne Maggie, antropóloga que depois de um único livro decidiu fazer uma carreira baseada exclusivamente no combate às cotas, e Demétrio Magnoli, o inacreditável geógrafo que, a partir da inexistência biológica das raças, conclui que o racismo deve ser algum tipo de miragem que só existe na cabeça dos negros e dos petistas.

Por isso, caro leitor, ao ver algum veículo de mídia apresentar um especialista, não deixe de fazer as perguntas indispensáveis: quem é ele? Qual é o seu cacife na disciplina? Por que está ali? Quais serão os outros pontos de vista existentes na mesma disciplina? Quantas vezes esses pontos de vista foram contemplados pelo mesmo veículo? No caso da mídia brasileira, as respostas a essas perguntas são verdadeiras vergonhas nacionais.

sábado, 5 de dezembro de 2009

Rio de Janeiro Rumo a 2016: Problemas e Belezas!

Enquanto isso, no Rio... (clique na imagem)
 


Well, vamos ser críticos! Recebi a charge ao lado de uma amiga e ela reclamava da valorização do já gasto estereótipo do negro como bandido uma vez que estamos suprarepresentados na parada aí ao lado (8 traficantes negros para 4 brancos). Ok, concordo! Vamos trocar dois traficantes negros por 2 brancos e fica zero a zero, mas não vamos perder a piadinha em cima dos cariocas, né?!

Pois é, as notícias relacionadas Rio de Janeiro tem rodado o mundo mesmo. Estou fazendo uma aula de "media social theory" na New School com um professor coreano e há, além de mim, uma brasileira/carioca na classe. Nas útimas semanas discutimos textos que problematizam os mega-eventos televisivos contemporâneos dentre eles os jogos olímpicos. Meu professor, explicando algo na aula, lançou um olhar irônico e perguntou a minha amiga: "Acharam um corpo num carrinho de supermercado no Rio de Janeiro, o que você acha disso?" Como bom paulista que sou, não perdi a deixa: "E traficantes derrubaram um helicóptero da polícia!" Rio 40 graus!!!

http://img15.imageshack.us/img15/4485/pyeaf0606168.jpg

Mas meu professor prosseguiu seu questionamento com um ponto interessante: como o problema da violência e desigualdade social entre grupos e classes sociais será incorporado no relato que a cidade construirá para os jogos olímpicos de 2016? Os jogos são um mega-evento de proporções globais que constrõem uma narrativa ligando o local com global de formal espetacular. Resta saber o que o Rio de Janeiro irá oferecer além do estereótipo da sociabilidade brasileira boa praça, mulheres bonitas (e seminuas!) e praia, uma vez que a violência tende criar uma sombra que esconderá todas esses aspectos supostamente positivos da identidade carioca e brasileira, em parte.



Por outro lado, muitas discussões sobre o que acontecerá no Rio em 2016 tende a subestimar o interesse/papel dos cidadãos locais na festa. Traficantes, moradores, polícia e qualquer outro carioca e brasileiro vai estar ligado na tela querendo participar e acompanhar os jogos. Acho até mesmo que o evento pode rolar como se fossem quase 30 dias de Copa do Mundo com jogo da seleção brasileira e todos os problemas e rivalidades existentes na cidade serão postergados para serem resolvidos posteriormente. Em conversa com uma amiga do Rio brincávamos que talvez seja possível presenciar um traficante vinculado ao Comando Vermelho e um policial do BOPE tomando cerveja num boteco e assistindo um jogo da seleção feminina de vôlei juntos e discutindo o resultado ao final da partida: "Porra mermão, tu é folgado memo, hein?" Diz o polícia pro soldado do morro que responde, "Que nada parceiro, sô é sujeito homi, tá sabendo? É que os JÓGOSSSS tão rolando aí, senão a gente resolvia essa parada já, morô?", ao que o polícia retruca, "Tem de quê não, cumpadi. Depois dos JÓGOSSS eu te pego, eu te pego vagabundo!"...


 
Em minha opinião, o filme de João Moreira Salles, Notícias de Uma Guerra Particular, lançado em 1999 - vídeo acima, ele está inteiro no YouTube para quem quiser assistir - continua sendo ainda uma das grandes contribuições ao debate sobre os temas da violência, tráfico e relações entre a população moradora das favelas, policiais e traficante. Pegue esse filme e junte ao Babilônia 2000 de Eduardo Coutinho - trecho abaixo - e a leitura do livro Meu Casaco de General (2000) do antropólogo e ex-secretário de segurança do Rio de Janeiro Luiz Eduardo Soares e você terá um boa introdução ao Rio de Janeiro contemporâneo com seus problemas e belezas!



Pra fechar sem perder o bom humor, uma tiradinha dos cariocas sem maldade...(clique na imagem para ter uma melhor definição)

Muita Paz!





sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

Five Days of Black - Maxwell

Adoro pegar o metrô e voltar pra casa por volta das 4:30 da manhã, depois de uma noite de trabalho, assistindo o documentário Five Days of Black presente no último álbum do bonitão Maxwell intitulado Blacksummers'night (2009) e que conta o processo de produção do disco. Abaixo, um preview e pequenos trechos da parada. Como diz meu amigo Léo, a musiquinha de motel de Maxwell (eu gosto pacas de móteis e de Maxwell!)... :)

Muita Paz!