domingo, 12 de abril de 2009

Bo é o cara!

Barney has gone, but Bo is already in tha house! (Barney se foi, mas Bo já está na parada!) Bo é o mais novo mascote da Casa Branca tomando o lugar de Barney, o cachorrinho de Bush. O mais novo pupilo da América, segundo o que informa a imprensa, foi um presente do senador Edward Kennedy a família Obama. Notem que até o cachorro dessa administração está numa pegada pós-racial, multicultural e globalizada. Vamos fazer uma leitura semiótica vagabunda da imagem do cachorrinho oficial...



Comecemos pelo nome. "Bo", nome pelo qual o puppie (filhote) atende, em inglês padrão é uma abreviação de "best offer" (melhor oferta). Contudo, "Bo" está bem próximo de um termo vindo da vernáculo afro-americano (black American slang) muito ouvido em canções de rap e R&B: boo (pronuncia-se "bú"). Este último faz referência a alguém com qual mantemos uma relação amorosa/afetiva do tipo namorado(a). Ouça aqui a canção My Boo de Usher com a participação de Alicia Keys. Boo seria é uma variação do francês beau (bonito) que gerou o termo beautiful (também "bonito", mas sempre se referindo ao gênero feminino) em inglês.

A raça de Bo é cão d'água português (olha "nóis" na parada!). Essa espécie não solta pêlos, algo importante já que uma das filhas do presidente, Malia, é alérgica. Bem sofisticado o pulguento!

Olhem para o foto de Bo e percebam que ele é todo preto com focinho, peito e patinhas brancas. Alguém que não tem nada melhor para fazer como eu - na verdade deveria estar escrevendo um essay para amanhã! - irá dizer que isso faz referência a origem racial de Obama: filho de pai negro africano com um branca americana.

Por fim, a coleirinha do truta nessa foto me lembra o arco-íris usado como símbolo do movimento gay ao redor do mundo. Mas a idéia de arco-íris também tem sido utilizada para se referir a união de povos e raças diferentes. Não é à toa que a África do Sul pós apartheid se auto-declara como uma nação rainbow nation (nação arco-irís).

Mas acho que eu sou muito pró-black. Minha ex-namorada tem um gato todo preto que se chama Martin (homenagem a Luther King) e pretendíamos arrumar outro, também preto, que iria se chamar Malcolm para dar uma eletrizada na relação. Ainda intenciono arrumar um cachorro - adivinha a cor? - cujo nome vai ser Jabú, abreviação de jaboticaba. Entretanto, sem dúvida, Bo é o cara!

12 comentários:

Unknown disse...

Caraka, escrever, falar de cãozinhos mexeu comigo. Rsrs. Se até a cor da cueca que Obama usa tem uma conatação política, vai saber as especulações a respeito do cão da família. Mas o que li que as meninas decidiram chamar o cachorro de Bo porque seus primos têm um gato com o mesmo nome, e porque seu avô materno, já falecido, tinha o apelido de Diddley, como Bo Diddley, falecido cantor de rock americano.
Massss....espero que Bo seja feliz...rsrs!

Cristiano Rodrigues disse...

KKKK, adorei a análise semiótica. muito boa. agora vai escrever o tal ensaio.

Thais Folego disse...

Huahuahua, adoro análises semióticas! O nome da minha gata, porém, é menos original que o do chachorro de Obama e de seus futuros animais: ela atende por Preta, simples assim. Beijos

lafayette hohagen disse...

Cara,eu que estava fazendo a maior propaganda na familia de seu blog,vou ter que deletar esse seu ultimo post senão estou ferrado. Minha mulher Ruth,tem uma branda bronquite,que eu aproveito para alertar que não podemos ter gatinhos nem cachorrinhos em casa e uma louca vontade de ter um desses "pets". Aí vem vc me dizer que o Bo não solta pelo e tem um charme do cão(rsrsr) Tô ferrado! Minhas viagens... não,não...com quem deixar...não,não...capaz até de perder meu lugar!

Unknown disse...

tive um cachorro, o unico q tive chamado gilberto gil.

mas, enfim, seus posts andam melhores a cada dia.


muita coisa a se falar.

é isso

Léo

:: Soul Sista :: disse...

Afrocentrado, a análise semiótica faz total sentido, viu? Tive, por 15 anos, um African-american Cocker Spaniel orelhudo e fofo, brincou até o último dia de sua vida!!! Se tiver outros, só negão mesmo ou, no máximo, malhado - rsrsrsrsrsrsrs.
Bo, de fato, é o cara!!!

Abraços da afrocentrada assumida!!!! rsrsrsrsrsrsrsrsrs

:: Soul Sista :: disse...

Ah, já ia me esquecendo... O nome do cocker não fazia nenhuma referência a seu pêlo preto. Chamava-se Pedro, mas em francês, Pierre! Chic não?!?!

Mas na época já era e continuo sendo uma afrocentrada....rsrsrsrsrsrsrsrss

Mojana disse...

Eu tenho um gatão preto chamado Mustafá, mas como na minha casa somos todos muito tolerantes, tenho também uma gatinha branca e cinza chamada Nefetiti. No futuro, quero arrumar um cachorro que vai se chamar Rincón (pra quem conhece o Rincón original vai ser fácil imaginar como vai ser o cachorro, rsrsrsrsrsrs).
Tá certo que estamos em tempo de Obamania, mas se uma coisa boa pode ser dita sobre o finado Bush Filho, é que ele também tinha um gatinho preto, Willie, falecido recentemente também aos 18 anos (era praticamente um Matusalém dos gatos).

Bob disse...

análise semiótica mais que tosta...rs...

Eliana Black disse...

Adorei a análise semiótica....

Quero um cãozinho desses e vou escolher um nome "afrocentrado" (adorei esse termo, vou começar a usar).
Meu pai vai dar de presente pro meu filho um cãozinho vou sugerir que seja dessa raça.

Adoro cada dia mais esse blog!

Thais Folego disse...

Huahuahuahua, é incrível sua capacidade de encontrar significado para as coisas!

Márcio Macedo disse...

O Bo é realmente encantador! 11 comments pro cachorrinho do Obama, que luxo!

Obrigado à todo(a)s pela leitura e comentários!

Abraços do Kibe!