O casal aproximou-se alegremente e viu a fila enorme em frente ao clube. Podia-se nitidamente ouvir, ali, do lado de fora, batidas compassadas de rap, ragga, reggaeton e R&B vindas de dentro da festa. Um segurança com cara de poucos amigos interpelava todas as pessoas na porta de entrada: ausência de RG, falta de dinheiro e até um peido eram motivo para ser barrado. “Eu sou amiga da Joana, a gerente. Dá pra chamar ela pra mim?”, disse a garota loira em meio a um sorriso para o guarda-roupa à sua frente ao mesmo tempo que seu parceiro de trejeitos afeminados lançava um olhar blasé ao redor. Todos os presentes na fila olhavam a cena com expressões iradas. “Seu nome não está lista!”, disse o segurança respondendo a garota. “Acho que ela esqueceu de colocar. Chama ela pra mim, vai?”, retrucou a garota com um sorriso malicioso que encantou o brutamonte engravatado. Enquanto o segurança falava ao rádio tentando contatar a tal de Joana, a garota olhava para a fila quilométrica constituída por 100% de infelizes preto/as que não tinham o nome na lista, não eram VIPs, não tinham dinheiro, não eram artistas ou personalidades. Nesse momento a baunilha girl olhou para fila e voltou-se para o rapaz articulando-se num inglês perfeito que a fazia se sentir descolada, “I love these niggas!”, no que o rapaz respondeu imediatamente em meio a um sorriso, “I love these black bitches!”... “TÁ LIBERADO!” disse o segurança ao mesmo tempo que abria passagem para o baunilha couple.
terça-feira, 26 de março de 2013
Us Nigga, As Bitch!
O casal aproximou-se alegremente e viu a fila enorme em frente ao clube. Podia-se nitidamente ouvir, ali, do lado de fora, batidas compassadas de rap, ragga, reggaeton e R&B vindas de dentro da festa. Um segurança com cara de poucos amigos interpelava todas as pessoas na porta de entrada: ausência de RG, falta de dinheiro e até um peido eram motivo para ser barrado. “Eu sou amiga da Joana, a gerente. Dá pra chamar ela pra mim?”, disse a garota loira em meio a um sorriso para o guarda-roupa à sua frente ao mesmo tempo que seu parceiro de trejeitos afeminados lançava um olhar blasé ao redor. Todos os presentes na fila olhavam a cena com expressões iradas. “Seu nome não está lista!”, disse o segurança respondendo a garota. “Acho que ela esqueceu de colocar. Chama ela pra mim, vai?”, retrucou a garota com um sorriso malicioso que encantou o brutamonte engravatado. Enquanto o segurança falava ao rádio tentando contatar a tal de Joana, a garota olhava para a fila quilométrica constituída por 100% de infelizes preto/as que não tinham o nome na lista, não eram VIPs, não tinham dinheiro, não eram artistas ou personalidades. Nesse momento a baunilha girl olhou para fila e voltou-se para o rapaz articulando-se num inglês perfeito que a fazia se sentir descolada, “I love these niggas!”, no que o rapaz respondeu imediatamente em meio a um sorriso, “I love these black bitches!”... “TÁ LIBERADO!” disse o segurança ao mesmo tempo que abria passagem para o baunilha couple.
Us Nigga, As Bitch!
2013-03-26T20:29:00-03:00
Márcio Macedo
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