A idéia lhe martelava constantemente a cabeça e o libido, mas não tinha coragem de ir em frente e expô-la a sua namorada. Não que achasse imoral, mas o que Marli iria pensar? Tinha receio que ela encarasse aquilo com uma forma de traição mais do que perversão. Deu mais tragada no cigarro e olhou para a sua mulher deitada nua e sonolenta na penumbra ao seu lado. Via-se apenas a silhueta de seu corpo. Voltou para o seu lado e fez círculos com a fumaça do cigarro ao expeli-la pela boca. O pós sexo era o melhor momento para falar daquilo com a mulher, tinha certeza disso. Juca pensou, refletiu e matutou até criar coragem para dar início a conversa no momento em que sua Marli despertava.
“Amor?”, disse timidamente.
“Oi?”, respondeu Marli com voz sonolenta e preguiçosa.
“Você sabe que eu te amo, né?”, prosssegui ele.
“Umhum...”, resmungou enquanto bocejava.
“Amor, então... Bem... Você sabe que eu te adoro, te amo e sinto muito prazer quando a gente transa, né?”
“Umhum...”, respondeu Marli sem abrir os olhos.
“Pois é, eu tava pensando... Sei lá, eu tava pensando numa coisa, sabe? Assim, eu sei que isso pode parecer uma coisa errada, mas não é necessariamente, entende? Porque, bem porque, eu te amo, né? Mas então... Tem esse lance de que às vezes a gente tem certa fantasia, sabe? E....”
Minutos depois Marli ria de forma quase convulsiva o que deixava Juca ao mesmo tempo encabulado e irado, sentimentos que podiam ser notados na expressão de seu rosto. Marli ria tanto que foi preciso ir até a cozinha e pegar um copo de água para beber. Ao voltar ela sentou a beira da cama. Vestia apenas uma calcinha branca e os seios nus estavam a mostra algo que junto com os cabelos alisados desegrenhados deixariam qualquer homem fora de si. Entretanto, Juca, seu homem, deitado na mesma cama a poucos centímetros dela estava encabulado e irado. Após o acesso de riso passar Marli se recompôs e olhou de maneira marota para seu marido abrindo um sorriso malicioso.
“Safadinho você, né Seo Júlio Carlos? Quer dizer então que o Juca Júnior”, maneira jocosa como ela se referia ao pênis de Juca, “quer comer a preta gostosa aqui e uma outra vagabunda loira ao mesmo tempo?” Juca sentiu o rosto arder. Era como se a mulher já soubesse de sua fantasia do marido há muito tempo e estivesse apenas esperando o momento certo para jogar aquilo na sua cara. Ele ficou sem fala. Não podia negar, era verdade. Há tempos sonhara com aquilo: foder a sua mulher preta e outra mulher loira. Ele, Juca, o rei da cocada preta. “Se você não quiser eu entendo, Marli. Mas não precisa ficar rindo da minha cara desse jeito. Eu sou palhaço agora, é? Todo mundo sabe que essa é fantasia de todo homem” Marli se recompôs novamente. “Não preto, você não é palhaço, não! Eu te amo, viu?” Marli deu mais um gole na água que havia trazido da cozinha e olhou para a virilha de Juca. Num movimento delicado ela abriu a cueca samba-canção do marido e avistou o membro flácido no seu descanso merecido. Juca não entendeu nada, mas não esboçou reação. Ela continuo olhando para o pênis do marido e começou sua fala de forma carinhosa. “Juca Júnior, avisa o seu pai que eu aceito a proposta!” Juca sentia uma súbita ponta de prazer enquanto a esposa continuava a falar. “Mas tem uma condição: a mamãe aqui também vai querer uma suruba!” Juca arregalou os olhos enquanto Marli continuava olhando para o seu pau, como se Juca Júnior fosse uma pessoa de verdade. “E pra pretona aqui”, continuou ela, “o outro gostosão que vai fazer par com o seu pai não precisa ser loirinho não, ele só tem que ter um pau maior do que você, tá?”