Como em NYC é mais difícil de rolar uns assaltos, é possível andar pelas ruas da cidade a qualquer hora do dia ou da noite falando ao celular tranquilamente e tirando fotos com máquinas digitais meio carinhas. Um dos meus hobbies prediletos vem sendo clicar a cidade... As fotos aí debaixo foram tiradas no trajeto que faço voltando para casa geralmente às 3 ou 4 da manhã da Bobst Library (NYU) até a estação de metrô West 4th no West Village. Nos fones de ouvindo rola Maxwell e a cabeça pensa alguma besteira...
quinta-feira, 30 de junho de 2011
quarta-feira, 29 de junho de 2011
O/As Preto/as Gringo/as São Mais Bonito/as?
Lembro-me bem de uma amiga brasileira negra que me visitou em NYC tempos atrás e ao andar pelas ruas da Big Apple não se cansava de se encantar com a beldade dos pretões americanos. "Ai, mas eles são tão lindos, né? No Brasil a gente não vê preto assim..." Pois bem, algumas senhoritas irão afirmar que minha dignidade como negrão brazuca havia sido ofendida e eis o motivo do meu incomodo com as afirmações de minha trutona. Digamos que em parte sim, não é nada fácil ouvir esse tipo de comentário e não sentir uma pontinha de despeito no bico do beiço preto. Felizmente, para salvar a honra de patrício/as de cor oriundos da terra brasilis tenho argumentos para afirmar que meus/minhas trutinhas gringo/as não são nem mais bonitos ou evoluídos do que as versões sul-americanas da diáspora africana. Talvez os vagabundos do norte possam ser mais cheirosos, bem vestidos e produzidos. Vamos lá, espero ser convincente!
A melhor definição que já tive a respeito da população negra ao redor do mundo veio a mim por meio de um brother bêbado em um fim de noite numa festa no Brooklyn: "Black people man, same shit different toilet". Okay, tradução não é necessária, não? Junte essa pérola a definição uma vez dada pelo antropólogo brasileiro Roberto DaMatta a figura do turista: um digníssimo "palerma cultural". Enfim, turistas, na maioria das vezes, se deixam se levar pelos estereótipos e primeiras impressões daquilo que veem nos lugares que visitam. Eles não tem tempo e nem interesse de chegar a uma representação um pouco mais precisa da realidade. Nesse processo, a comparação do local visitado com o lócus de origem do "palerma cultural" é inevitável. É tudo fica numa lógica de melhor ou pior do que meu país, mais bonito ou mais feio. Já ouvi as mais absurdas e variadas explicações para justificar uma suposta maior beleza dos meus/minhas patrício/as gringo/as. Dessas a mais comum, culturalista e sofisticada é aquela que afirma que a negraiada nos EUA é mais bela devido aos grupos étnicos que para lá foram levados no período do tráfico negreiro e escravidão. Well, sinceramente esse argumento não me convence uma vez que ele parte da suposição que existem grupos étnicos que são mais belos do que outros e que ocorreria a predominância de determinados grupos em certas regiões da diáspora africana. Mais e mais historiadores tem demonstrado que a prática vigente entre os traficantes de escravos era justamente de misturar indivíduos de grupos étnicos distintos e que falavam línguas diferentes visando evitar a comunicação entre os escravos e frustrando a organização de levantes/revoltas.
Mas minha explicação para a "suposta" maior beleza dos preto/as gringo/as está vinculada a uma representação criada a respeito dos afro-americanos e que é produto da posição estratégica dos negros norte-americanos ou de fala inglesa como um todo na geografia do capitalismo mundial. Primeiro, é necessário afirmar que a lógica do racismo norte-americano é segregacionista, ou seja, ele forçou uma separação histórica entre negros e brancos. A segregação dos negros foi responsável pela etnogênese de uma subcultura afro-americana na qual floresceram elementos culturais como o blues, o jazz, uma forma específica de se falar inglês e uma corporalidade diferenciada. A segregação e a cultura afro-americana também forjaram estratégicas de atuação política entre as lideranças negras e noções de orgulho racial. Pari passu a isso, afro-americanos e vários elementos da sua cultura tiveram e tem um papel proeminente na indústria cultural que se expandiu no pós-guerra e que teve como epicentro os Estados Unidos. Em outras palavras, muito do que foi e é classificado como cool (legal/descolado) nas últimas décadas foi e é associado as populações negras de fala inglesa que estão alocadas no eixo Nova York-Kingston-Londres. Alguns autores falam até mesmo de uma globalização negra que viria ocorrendo nos últimos 20 anos. Assim, a experiência de se chegar a Nova York e se deparar com negros andando pelas ruas do Harlem ou Bed-Stuy em um país onde o acesso ao consumo é a porta de entrada de participação na sociedade fornece a impressão de que nossos patrícios gringos são os portadores de um estilo de vida mais evoluído ou, ainda, de que são mais bonitos e descolados. Contudo, a experiência afro-americana expõe as contradições de ser uma população explorada e marginalizada no centro do capitalismo mais avançado do mundo e numa nação que os padrões de pobreza são relativamente diferentes dos vistos em lugares como a América do Sul ou continente africano (pense na experiência de ir numa favela no Rio de Janeiro, nos antigos bantustões em Joanesburgo e num project em Nova York). Toda vez que ando por esses bairros de maioria negra na Big Apple tenho a impressão de estar me deparando com meus/minhas amigo/as preto/as e familiares que deixei no Brasil tamanha a semelhança. Por fim, concordo com a sabedoria alcoolizada de meu brother: "Black people man, same shit different toilet".
Paz e Amor!
A melhor definição que já tive a respeito da população negra ao redor do mundo veio a mim por meio de um brother bêbado em um fim de noite numa festa no Brooklyn: "Black people man, same shit different toilet". Okay, tradução não é necessária, não? Junte essa pérola a definição uma vez dada pelo antropólogo brasileiro Roberto DaMatta a figura do turista: um digníssimo "palerma cultural". Enfim, turistas, na maioria das vezes, se deixam se levar pelos estereótipos e primeiras impressões daquilo que veem nos lugares que visitam. Eles não tem tempo e nem interesse de chegar a uma representação um pouco mais precisa da realidade. Nesse processo, a comparação do local visitado com o lócus de origem do "palerma cultural" é inevitável. É tudo fica numa lógica de melhor ou pior do que meu país, mais bonito ou mais feio. Já ouvi as mais absurdas e variadas explicações para justificar uma suposta maior beleza dos meus/minhas patrício/as gringo/as. Dessas a mais comum, culturalista e sofisticada é aquela que afirma que a negraiada nos EUA é mais bela devido aos grupos étnicos que para lá foram levados no período do tráfico negreiro e escravidão. Well, sinceramente esse argumento não me convence uma vez que ele parte da suposição que existem grupos étnicos que são mais belos do que outros e que ocorreria a predominância de determinados grupos em certas regiões da diáspora africana. Mais e mais historiadores tem demonstrado que a prática vigente entre os traficantes de escravos era justamente de misturar indivíduos de grupos étnicos distintos e que falavam línguas diferentes visando evitar a comunicação entre os escravos e frustrando a organização de levantes/revoltas.
Mas minha explicação para a "suposta" maior beleza dos preto/as gringo/as está vinculada a uma representação criada a respeito dos afro-americanos e que é produto da posição estratégica dos negros norte-americanos ou de fala inglesa como um todo na geografia do capitalismo mundial. Primeiro, é necessário afirmar que a lógica do racismo norte-americano é segregacionista, ou seja, ele forçou uma separação histórica entre negros e brancos. A segregação dos negros foi responsável pela etnogênese de uma subcultura afro-americana na qual floresceram elementos culturais como o blues, o jazz, uma forma específica de se falar inglês e uma corporalidade diferenciada. A segregação e a cultura afro-americana também forjaram estratégicas de atuação política entre as lideranças negras e noções de orgulho racial. Pari passu a isso, afro-americanos e vários elementos da sua cultura tiveram e tem um papel proeminente na indústria cultural que se expandiu no pós-guerra e que teve como epicentro os Estados Unidos. Em outras palavras, muito do que foi e é classificado como cool (legal/descolado) nas últimas décadas foi e é associado as populações negras de fala inglesa que estão alocadas no eixo Nova York-Kingston-Londres. Alguns autores falam até mesmo de uma globalização negra que viria ocorrendo nos últimos 20 anos. Assim, a experiência de se chegar a Nova York e se deparar com negros andando pelas ruas do Harlem ou Bed-Stuy em um país onde o acesso ao consumo é a porta de entrada de participação na sociedade fornece a impressão de que nossos patrícios gringos são os portadores de um estilo de vida mais evoluído ou, ainda, de que são mais bonitos e descolados. Contudo, a experiência afro-americana expõe as contradições de ser uma população explorada e marginalizada no centro do capitalismo mais avançado do mundo e numa nação que os padrões de pobreza são relativamente diferentes dos vistos em lugares como a América do Sul ou continente africano (pense na experiência de ir numa favela no Rio de Janeiro, nos antigos bantustões em Joanesburgo e num project em Nova York). Toda vez que ando por esses bairros de maioria negra na Big Apple tenho a impressão de estar me deparando com meus/minhas amigo/as preto/as e familiares que deixei no Brasil tamanha a semelhança. Por fim, concordo com a sabedoria alcoolizada de meu brother: "Black people man, same shit different toilet".
Paz e Amor!
terça-feira, 28 de junho de 2011
SuruBlack
A idéia lhe martelava constantemente a cabeça e o libido, mas não tinha coragem de ir em frente e expô-la a sua namorada. Não que achasse imoral, mas o que Marli iria pensar? Tinha receio que ela encarasse aquilo com uma forma de traição mais do que perversão. Deu mais tragada no cigarro e olhou para a sua mulher deitada nua e sonolenta na penumbra ao seu lado. Via-se apenas a silhueta de seu corpo. Voltou para o seu lado e fez círculos com a fumaça do cigarro ao expeli-la pela boca. O pós sexo era o melhor momento para falar daquilo com a mulher, tinha certeza disso. Juca pensou, refletiu e matutou até criar coragem para dar início a conversa no momento em que sua Marli despertava.
“Amor?”, disse timidamente.
“Oi?”, respondeu Marli com voz sonolenta e preguiçosa.
“Você sabe que eu te amo, né?”, prosssegui ele.
“Umhum...”, resmungou enquanto bocejava.
“Amor, então... Bem... Você sabe que eu te adoro, te amo e sinto muito prazer quando a gente transa, né?”
“Umhum...”, respondeu Marli sem abrir os olhos.
“Pois é, eu tava pensando... Sei lá, eu tava pensando numa coisa, sabe? Assim, eu sei que isso pode parecer uma coisa errada, mas não é necessariamente, entende? Porque, bem porque, eu te amo, né? Mas então... Tem esse lance de que às vezes a gente tem certa fantasia, sabe? E....”
Minutos depois Marli ria de forma quase convulsiva o que deixava Juca ao mesmo tempo encabulado e irado, sentimentos que podiam ser notados na expressão de seu rosto. Marli ria tanto que foi preciso ir até a cozinha e pegar um copo de água para beber. Ao voltar ela sentou a beira da cama. Vestia apenas uma calcinha branca e os seios nus estavam a mostra algo que junto com os cabelos alisados desegrenhados deixariam qualquer homem fora de si. Entretanto, Juca, seu homem, deitado na mesma cama a poucos centímetros dela estava encabulado e irado. Após o acesso de riso passar Marli se recompôs e olhou de maneira marota para seu marido abrindo um sorriso malicioso.
“Safadinho você, né Seo Júlio Carlos? Quer dizer então que o Juca Júnior”, maneira jocosa como ela se referia ao pênis de Juca, “quer comer a preta gostosa aqui e uma outra vagabunda loira ao mesmo tempo?” Juca sentiu o rosto arder. Era como se a mulher já soubesse de sua fantasia do marido há muito tempo e estivesse apenas esperando o momento certo para jogar aquilo na sua cara. Ele ficou sem fala. Não podia negar, era verdade. Há tempos sonhara com aquilo: foder a sua mulher preta e outra mulher loira. Ele, Juca, o rei da cocada preta. “Se você não quiser eu entendo, Marli. Mas não precisa ficar rindo da minha cara desse jeito. Eu sou palhaço agora, é? Todo mundo sabe que essa é fantasia de todo homem” Marli se recompôs novamente. “Não preto, você não é palhaço, não! Eu te amo, viu?” Marli deu mais um gole na água que havia trazido da cozinha e olhou para a virilha de Juca. Num movimento delicado ela abriu a cueca samba-canção do marido e avistou o membro flácido no seu descanso merecido. Juca não entendeu nada, mas não esboçou reação. Ela continuo olhando para o pênis do marido e começou sua fala de forma carinhosa. “Juca Júnior, avisa o seu pai que eu aceito a proposta!” Juca sentia uma súbita ponta de prazer enquanto a esposa continuava a falar. “Mas tem uma condição: a mamãe aqui também vai querer uma suruba!” Juca arregalou os olhos enquanto Marli continuava olhando para o seu pau, como se Juca Júnior fosse uma pessoa de verdade. “E pra pretona aqui”, continuou ela, “o outro gostosão que vai fazer par com o seu pai não precisa ser loirinho não, ele só tem que ter um pau maior do que você, tá?”
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