Pare e responda rápido: você sabe o que um antropólogo faz? Bem, se pensou em Indiana Jones, já errou uma vez que ele é arqueólogo. Não se preocupe, antropólogos também tem dificuldade de explicar as pessoas leigas do que se trata seu métier. Quando a pergunta aparece sempre vem uma resposta do tipo "estudamos o homem através da cultura". Legal, mas não pergunte a ele o que é cultura ou qual a sua concepção de cultura a menos que esteja comfortavelmente sentado numa poltrona ou sofá.
Roberto da Matta, antropólogo brasileiro de fama internacional, talvez tenha sido o que melhor resumiu o que essas figuras que falam que "ficaram algumas semanas fazendo trabalho de campo" fazem num texto intitulado "O Ofício do Etnólogo, ou Como Ter Anthropological Blues" (1978). Afirma ele que o antropólogo é que aquele busca transformar aquilo que é visto por nós de forma exótica em algo familiar e, de modo contrário, o que é familiar em exótico. Para ser ter uma noção de como o trabalho de antropólogos se dá de fato no contexto urbano, vale a pena ler os textos da revista Ponto Urbe.
A quarta edição do periódico eletrônico do Núcleo de Antropologia Urbana (NAU/USP) – dá continuidade ao espaço de intercâmbio que a revista propicia à pesquisas antropológicas realizadas no Brasil e em outros países, bem como em outras áreas do conhecimento. Nesta edição, foram publicados os artigos Segregação espacial e produção de territórios negros por blocos afro em Ilhéus, Bahia de Ana Claudia Cruz da Silva (UFSE), Quando os sentidos são bons para pensar – reflexões sobre os muçulmanos e a sua entrega a Allah de Francirosy Ferreira (Unicamp), O processo de fixação do migrante brasileiro em Londres: a importância das práticas cotidianas na elaboração de sua identidade, de Gustavo Tentoni Dias (Brazilian Community in the United Kingdon Reseearch Group), Um espetáculo do “progresso” muito particular: o Álbum Comparativo da Cidade de São Paulo (1862-1887), de Militão Augusto de Azevedo de Iris Moraes de Araujo (Unicamp), Entre “cá” e “lá”: estudo comparado – espaços públicos centrais em São Paulo e no Porto de João Teixeira Lopes (Universidade do Porto), Reflexões sobre a sociabilidade virtual dos jovens das classes populares de Lucia Mury Scalco (UFRGS) e O Samba pede carona: samba, ritmo e música nos trens urbanos de Nilton Rodrigues Junior (UFRJ). Além das seções Resenhas e “Graduação em Campo” (com artigos de pesquisas apresentadas no evento de mesmo nome realizado pelo Núcleo em 2008), a produção do NAU conta com a Etnotícia "Paisagens Ameríndias urbanas de Manaus, no Amazonas", redigida pelos pesquisadores do Núcleo associados ao PROCAD e a tradução do artigo "A linguagem gestual" ("The gesture-language") de Edward Burnett Tylor. Na seção “Cir-kula”, artigos de Gilberto Geribola Moreno (FE-USP) e Vanir de Lima Belo (Geografia-USP). A entrevista desta edição foi com a antropóloga Eunice Durham, feita pela pesquisadora Lilian de Lucca Torres.
A Ponto Urbe pode ser acessada na íntegra aqui
Muita Paz!
Adorei os canibais, carne humana delivery, hahahaha.
ResponderExcluirHi Mojana,
ResponderExcluirAchei essa imagem da internet, tava procurando outra, mas essa aí ficou bacana.
Beijos,
Márcio/Kibe.